sexta-feira, 30 de abril de 2010

" DALVA DE OLIVEIRA "


Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira,
(Rio Claro, 5 de maio de 1917 — Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1972)
foi uma cantora brasileira.
Filha de um carpinteiro mulato, Mário de Oliveira, conhecido como Mário Carioca, e da portuguesa Alice do Espírito Santo Oliveira, Vicentina de Paula Oliveira nasceu em 5 de maio de 1917 na cidade de Rio Claro, São Paulo. Em 1935, no Cine Pátria, Dalva conheceu Herivelto Martins que formava ao lado de Francisco Sena o dueto Preto e Branco; foi terminado o dueto e nascia o Trio de Ouro. Iniciaram um namoro e, no ano seguinte, iniciaram uma convivência conjugal, oficializada em 1939 num ritual de Umbanda. A união gerou dois filhos: o cantor Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira Martins. A União durou até 1947, quando as constantes brigas e traições por parte de Herivelto deram fim ao casamento. Ela arranjou diversos namorados, pois já estava separada dele, não moravam juntos, só estavam casados no papel. Herivelto a flagrou com um homem na cama que eles dividiam, e ele achou um absurdo, mesmo separados, sua mulher ter outro que não fosse ele, e na cama onde dormiam e faziam amor! Isso o levou a tirar a guarda de seus filhos de Dalva, só que suas brigas constantes e estampadas em jornais fizeram o conselho tutelar os mandar para um internato, só podendo visitar os pais em datas festivas e fins de semana, e podendo sair de lá definitivamente com 18 anos. Dalva sofreu muito por isso. Em 1949, oficializaram a separação. Em 1952, depois de se consagrar mais uma vez na música mundial e ganhar o título de Rainha do Rádio, Dalva de Oliveira resolve excursionar pela Argentina, para conhecer o país e cantar em Buenos Aires. Nessa ocasião conhece Tito Climent, que se torna primeiro seu amigo, depois seu empresário e mais tarde, seu segundo marido. Com ele teve uma filha chamada Dalva Lúcia de Oliveira Climent, a qual Dalva brigou na justiça pela guarda da menina, que fica com o marido, já que casada anos com ele, viviam brigando. Ela era explosiva e dona de si, Tito queria uma mulher submissa e dona de casa, como Herivelto queria e a maioria dos homens da época queriam e esperavam de uma mulher, mais ela não era assim e não iria se submeter a algo que a faria sofrer para agradar alguém. Em 1963, Dalva de Oliveira e Tito Climent se separaram oficialmente. Ela volta para o Brasil sozinha e triste, sendo que a filha vai visitá-la nas férias, como os filhos que estão no internato. Ela passa a ter alguns romances sérios e outros casuais e com todos esses homens viveu como casada, o que era um escândalo na época, a mulher namorar e manter relações conjugais com vários homens sem estar casada. Mais tarde, ela conhece Manuel Nuno Carpinteiro, homem muitos anos mais jovem, que se tornaria seu último marido.

Em 1937, a Dalva gravou, junto com a Dupla Preto e Branco, o batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri, ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas Rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro. Em 1949 deixou o trio, quando excursionavam pela Venezuela com a Companhia de Dercy Gonçalves. Em 1951 retomou a carreira solo, lançando os sambas Tudo acabado (J. Piedade e Osvaldo Martins) e Olhos verdes (Vicente Paiva) e o samba-canção Ave Maria (Vicente Paiva e Jaime Redondo), sendo os dois últimos grandes sucessos da cantora. No ano seguinte foi eleita Rainha do Rádio, e excursionou pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires, na qual conheceu Tito Clement, que se tornou seu empresário e depois marido, pai de sua filha, como mencionado anteriormente. Ainda em 1951, filmou Maria da praia, dirigido por Paulo Wanderley, e Milagre de amor, dirigido por Moacir Fenelon.
No dia 18 de agosto de 1965, sofreu um acidente automobilístico na cidade do Rio de Janeiro, que resultou na morte por atropelamento de três pessoas.
Três dias antes de morrer, Dalva pressentiu o fim e, pela primeira vez, em sua longa agonia de quase três meses, falou da morte. Ela tinha um recado para sua amiga Dora Lopes, que a acompanhou no hospital: "Quero ser vestida e maquiada, como o povo se acostumou a me ver. Todos vão parar para me ver passando". Ela faleceu em 30 de agosto de 1972, vítima de uma hemorragia interna provavelmente causada por um câncer. A cantora viveu o apogeu nos anos 30, 40 e 50.

Na primeira versão do filme Branca de Neve e os Sete Anões produzida pelos estúdios Disney, em 1938, Dalva de Oliveira dublou os diálogos da personagem Branca de Neve. As canções foram interpretadas pela dubladora Maria Clara Tati Jacome.
Em 1974, Dalva foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz, com o enredo O Rouxinol da Canção Brasileira. Em 1987 foi homenageada pela Imperatriz Leopoldinense, com o enredo Estrela Dalva.
Em 2002 o teatrólogo mineiro Pedro Paulo Cava produziu e dirigiu o o espetáculo teatral "Estrela Dalva", cujo sucesso rendeu ao elenco de 16 atores viagens por diversas capitais brasileiras e cidades do interior de Minas Gerais após quase dois anos em cartaz na capital mineira. Dalva foi interpretada por Rose Brant; Herivelto Martins por Léo Mendonza e Nilo Chagas por Diógenes Carvalho. O espetáculo foi baseado no livro de Renato Borghi e João Elísio Fonseca que foi adaptado por Pedro Paulo Cava. O elenco tinha ainda Diorcélio Antônio, Freddy Mozart, Rui Magalhães, Márcia Moreira, Leonardo Scarpelli, Felipe Vasconcelos, Libéria Neves, Jai Baptista, Ivana Fernandes, Patrícia Rodrigues, Meibe Rodrigues, Fabrizio Teixeira e Bianca Xavier. A produção executiva foi de Cássia Cyrino e Luciana Tognolli. Todo o elenco passou por meses de preparação vocal e corporal dando vida e emoção sempre aplaudidos de pé pelo público que lotava as sessões.
A vida de Dalva de Oliveira foi retratada em janeiro de 2010 com a minissérie Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor, produzida pela Rede Globo. A atriz Adriana Esteves interpretou Dalva, enquanto o ator Fábio Assunção interpretou Herivelto Martins. Nesta minissérie, a vida da cantora foi ficcionalizada. Seus maridos Tito Clement e Manuel Nuno Carpinteiro, por exemplo, não constam da obra, onde a personagem de Dalva se relacionou com personagens criados pela autora Maria Adelaide Amaral.







Discografia

A Voz Sentimental do Brasil (1953)
Dalva de Oliveira, Roberto Inglês e sua orquestra (1955)
Os Tangos Mais Famosos na Voz de Dalva de Oliveira (1957)
Dalva (1958)
Dalva de Oliveira Canta Boleros (1959)
Em Tudo Você (1960)
Tangos (1961)
Dalva de Oliveira (1961)
O Encantamento do Bolero (1962)
Tangos - Volume II (1963)
Rancho da Praça Onze (1965)
A Cantora do Brasil (1967)
É Tempo de Amar (1968)
Bandeira Branca (1970)
O Amor É O Ridículo da Vida (1973)
Dalva em Recital no Teatro Senac (1973)
Grossas Nuvens de Amor (1980)
Dalva de Oliveira Especial, Vol. 1 (1982)
Dalva de Oliveira - Série Os Ídolos do Rádio vol. V (1987)
Trio de Ouro (1993)
Saudade… (1994)
Meus Momentos (1994)
Dalva de Oliveira (1995)
A Rainha da Voz (1997)
Dalva de Oliveira e Roberto Inglez e sua Orquestra (2000)
Bis - Dalva de Oliveira (2000)
Canta Dalva (2006)

Sucessos

Brasil, Aldo Cabral e Benedito Lacerda (com Francisco Alves) (1939)
Pedro, Antônio e João, Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago (com Regional de Benedito Lacerda) (1939)
Noites de junho, Alberto Ribeiro e João de Barro (1939)
Valsa da despedida (Auld lang syne), Robert Burns, versão de Alberto Ribeiro e João de Barro (com Francisco Alves) (1941)
Segredo, Herivelto Martins e Marino Pinto (1947)
Errei, sim, Ataulfo Alves (1950)
Que será?, Marino Pinto e Mário Rossi (1950)
Sertão de Jequié, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1950)
Tudo acabado, J. Piedade e Osvaldo Martins (1950)
Ave Maria, Jaime Redondo e Vicente Paiva (com Osvaldo Borba e Sua Orquestra) (1951)
Palhaço, Osvaldo Martins, Washington e Nelson Cavaquinho (1951)
Zum-zum, Marino Pinto e Paulo Soledade (1951)
Estrela-do-mar, Marino Pinto e Paulo Soledade (1952)
Fim de comédia, Ataulfo Alves (1952)
Kalu, Humberto Teixeira (1952)
Confesion, Luis César Amadori e Enrique Santos Discépolo, versão de Lourival Faissal (1956)
Lencinho querido (El pañuelito), Juan de Dios Filiberto, Gabino Coria Peñaloza, versão de Maugéri Neto (1956)
Neste mesmo lugar, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1956)
Há um Deus (com Tom Jobim ao piano), Lupicínio Rodrigues (1957)
Minha mãe, música de Lindolfo Gaya sobre poema de Casimiro de Abreu (1959)
Rancho da Praça XI, Chico Anysio e João Roberto Kelly (1965)
Máscara negra, Pereira Matos e Zé Kéti (1967)
Bandeira branca, Laércio Alves e Max Nunes (1970)

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