sexta-feira, 30 de abril de 2010

" MARLENE "


Marlene, nome artístico de Victória Bonaiutti De Martino,
(São Paulo, 22 de novembro de 1924) é uma cantora e atriz brasileira.
Foi casada com o ator Luís Delfino.
Tendo gravado mais de 4.000 canções em sua carreira, Marlene (junto com Emilinha Borba) foi um dos maiores mitos do rádio brasileiro em sua época de ouro. Sua popularidade nacional também resultou em convites para o cinema (onze filmes depois de Corações sem Piloto, de 1944) e para o teatro (cinco peças após Depois do Casamento, em 1952), tendo também trabalhado em cinco revistas depois de Deixa Que Eu Chuto (1950). Suas atividades internacionais incluíam turnês pelo Uruguai, Argentina, Estados Unidos (onde se apresentou no Waldorf-Astoria Hotel e em Chicago) e França (apresentando-se por quatro meses e meio no Teatro Olympia em Paris, a convite de Édith Piaf, que a vira no Copacabana Palace, no Rio). Também compositora, teve seu samba-canção A grande verdade (parceria com Luiz Bittencourt) gravado por Dalva de Oliveira, em 1951.

Nasceu na capital paulista, no bairro da Bela Vista, conhecido reduto de ítalo-brasileiros. Seus pais mesmo eram italianos, e Victória Bonaiutti de Martino era a mais nova de três filhas. Ela herdou o nome do pai, o qual veio a falecer sete dias depois de seu nascimento. A viúva, Antonieta, não se casou novamente, assim tendo que sustentar sozinha a criação de suas filhas. Ela alfabetizava no Instituto de Surdos e Mudos de São Paulo e também era costureira.

Uma vez que era devota da Igreja Batista, conseguiu internar a filha mais nova no Colégio Batista Brasileiro, pagando apenas uma taxa. As mensalidades foram dispensadas em troca de que Victória prestasse serviços gerais ao colégio, como arrumação dos dormitórios. Estudou ali dos nove aos quinze anos de idade, destacando-se nas atividades esportivas, assim como no coro juvenil da igreja.
Ao deixar o colégio, foi cursar a Faculdade do Comércio, situada na Praça da Sé, com o objetivo de se tornar contadora. Na mesma época, emprega-se, durante o dia, num escritório comercial. É quando começa a participar de uma entidade de estudantes, recém formada, a qual passa a dispor de um espaço na Rádio Bandeirantes, a Hora dos estudantes, programa em que seria cantora. Foi quando seus colegas estudantes, por eleição, escolheram seu nome artístico, em homenagem à atriz alemã Marlene Dietrich.
Victória acabou deixando o curso de contadora em segundo plano, priorizando sua atividade artística. Então, em 1940, ela estreou como profissional na Rádio Tupi de São Paulo. Tudo isto, contudo, fez escondida da família, que, por razões religiosas e socias vigorantes na época, não poderia admitir uma incursão no mundo artístico. O nome artístico esconderia sua verdadeira identidade até ser descoberta faltando aulas por causa de seu expediente na rádio, o que resultou num castigo exemplar por parte de sua mãe. Mas ela já estava decidida a seguir carreira.
Assim, em 1943, cercada pela desaprovação por parte da família, ela partiu para o Rio de Janeiro, onde, após se aprovada no teste com Vicente Paiva, passou a cantar no Cassino Icaraí, em Niterói. Ali permaneceu por dois meses até conhecer Carlos Machado, o qual a convidou para o Cassino da Urca, contratando-a como vocalista de sua orquestra.

Em 1946, houve a proibição dos jogos de azar e o consequente fechamento dos cassinos por decreto do presidente Eurico Gaspar Dutra. Marlene então seguiu com a orquestra de Carlos Machado para a Boate Casablanca. Dois anos depois, tornou-se artista do Copacabana Palace a convite de Caribé da Rocha, o qual a promoveu de crooner a estrela da casa.

Passou a atuar também na Rádio Mayrink Veiga e, no ano seguinte, na Rádio Globo. Nesse ínterim, já se tinha dado sua estréia no disco, pela Odeon, em meados de 1946, com as gravações dos sambas Suingue no morro (Amado Régis e Felisberto Martins) e Ginga, ginga, moreno (João de Deus e Hélio Nascimento). Mas foi no carnaval do ano seguinte que Marlene emplacou seu primeiro sucesso, a marchinha Coitadinho do papai (Henrique de Almeida e M. Garcez), em companhia dos Vocalistas Tropicais, campeã do concurso oficial de músicas carnavalescas da Prefeitura do Distrito Federal. E foi cantando esta música que ela estreou no programa César de Alencar, na Rádio Nacional, com grande sucesso, em 1948. Marlene se tornaria uma das maiores estrelas da emissora, recebendo o slogan Ela que canta e dança diferente. Ainda nesse ano, foi contratada pela gravadora Continental, estreando com os choros Toca, Pedroca (Pedroca e Mário Morais) e Casadinhos (Luís Bittencourt e Tuiú), este cantado em duo com César de Alencar. Marlene esperou o fim de seu contrato com o Copacabana Palace para abandonar os espetáculos nas boates, dedicando-se ao rádio, aos discos e, posteriormente, ao cinema e ao teatro.
Nessa época, a maior estrela da Rádio Nacional era Emilinha Borba, mas as irmãs Linda e Dircinha Batista eram também muito populares, e as vencedoras, por anos consecutivos, do concurso para Rainha do Rádio. Este torneio era coordenado pela Associação Brasileira de Rádio, sendo que os votos eram vendidos com a Revista do Rádio e a renda era destinada para a construção de um hospital para artistas. Então, em 1949, Marlene venceu o concurso de forma espetacular. Para tal, recebeu o apoio da Companhia Antarctica Paulista. A empresa de bebidas estava prestes a lançar no mercado um novo produto, o Guaraná Caçula, e, atenta à popularidade do concurso, pretendiam usar a imagem de Marlene, Rainha do Rádio, como base de propaganda de seu novo produto, dando-lhe, em troca, um cheque em branco, para que ela pudesse comprar quantos votos fossem necessários para sua vitória. Assim, Marlene foi eleita com 529.982 votos. Ademilde Fonseca ficou em segundo lugar, e Emilinha Borba, dada como vencedora desde o início do concurso, ficou em terceiro. Desse modo, originou-se a famosa rivalidade entre os fãs de Marlene e Emilinha, uma rivalidade que, de fato, devia muito ao marketing e que contribuiu expressivamente para a popularidade espantosa de ambas as cantoras pelo país. Prova disso foram as gravações que elas fizeram em dueto naquele ano, com o samba Já vi tudo (Amadeu Veloso e Peter Pan) e a marchinha Casca de arroz (Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti). Foram sucessos no Carnaval de 1950, e no começo desse ano, com a marchinha A bandinha do Irajá (Murilo Caldas), também sucesso no Carnaval.
A eleição para Rainha do Rádio ainda lhe rendeu um programa exclusivo na Rádio Nacional, intitulado Duas majestades, e um novo horário no programa Manuel Barcelos, onde permaneceu como estrela até o fechamento do auditório da Rádio Nacional. A estrela Marlene ajudou vários colegas seus,inclusive usando seu prestígio e influência junto à direção da Rádio Nacional,trouxe para a emissora,as vozes de Jorge Goulart e Nora Ney,que ali permaneceram por décadas,só saindo por causa de problemas com o governo da época da ditadura militar no país.Também foi Marlene a madrinha de um de seus frenéticos fãs,o jovem Luiz Machado,que veio a ser locutor comercial dos programas, de Manoel Barcelos. Participou também de outros programas, como o de César de Alencar, o de Paulo Gracindo, bem como Gente que brilha, Trem da alegria, Show dos bairros e o de José Messias,porem o jovem locutor Luiz Machado,deixou a rádio,também com problemas com o governo da ditadura militar,saido junto com Cesar de Alencar,e vários outros artistas,que não se enquadravam àquele regime governamental.Luiz posteriormente dedicou-se aos estudos,não voltando ao rádio,devido a variações em suas cordas vocais,embora não concluindo a faculdade de direito de Valença/RJ.Deixou a faculdade para seguir a profissão de Motorista de ônibus em turismo rodoviário,porém mantendo-se como fã fiel á grande Marlene,a quem agradece até os dias de hoje,atualmente com 59 anos a oportunidade por ela oferecida. Marlene manteve o título ainda pelo ano seguinte. Ela então passou a ser cantora exclusiva do programa Manuel Barcelos, enquanto que Emilinha tornou-se exclusiva do de César de Alencar. Ainda naquele ano, gravou dois de seus maiores sucessos, acompanhada d'Os Cariocas, Severino Araújo e Orquestra Tabajara: os baiões Macapá e Que nem jiló (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga). Participou da revista Deixa que eu chuto, no Teatro João Caetano, no Rio. Atuou intensamente no teatro musicado, excursionando pelo exterior e por todo o Brasil em inúmeros espetáculos. Participou também do filme Tudo Azul, ao lado do futuro marido Luís Delfino, produzido por Rubens Berardo e dirigido por Moacyr Fenelon.

Discografia

Marlene apresenta sucessos de Assis Valente (1956) Sinter LP
Vamos cantar com Marlene (1957) Sinter LP
Explosiva (1959) Odeon LP
Caixinha de saudade (1960) Odeon LP
Sassuarê (1963) Continental LP
Carnavália-Eneida conta a história do carnaval Vol. 1 (1968) MIS LP
Carnavália-Eneida conta a história do carnaval Vol. 2 (1968) MIS LP
É a maior (1969) RGE/Fermata LP
VII Festival Internacional da Canção Popular (1972) Som Livre LP
Na transa do carnaval (1973) RCA Victor LP
Quando as escolas se encontram (1973) RCA Camden LP
MPB-Grandes Autores/Monsueto (1973) RCA Camden LP
Convocação geral (1973) Som Livre LP
Botequim (1973) RGE LP
Estas dão audiência (1974) Odeon LP
Carnaval de todos os tempos (1974) Continental LP
Te pego pela palavra (1974) Odeon LP
O dinheiro na música popular (1976) V. SOM LP
Marlene-Os ídolos da MPB nº 18 (1976) Continental LP
40 anos de Rádio Nacional (1976) Phillips LP
Prazer em conhecê-lo (1976) PA LP
Antologia da marchinha (1977) Phonogram LP
Os ídolos da MPB-Vol. 26 (1977) LP
As Rainhas do rádio (1979) Bandeirantes Discos LP
Ópera do malandro (1979) Phonogram LP
100 anos de MPB. Vol. III (1979) Tapecar/Projeto Minerva LP
100 anos de MPB-Vol. IV (1979) Tapecar/Projeto Minerva LP
Os melhores sambas enredo (1979) Gala LP
Há sempre um nome de mulher (1987) LBA/Pronave? Banco do Brasil LP
Os ídolos do rádio VII (1988) Collector's LP
Marlene, Meu bem (1996) Revivendo CD
Estrela da manhã (1998) Leblon Records CD




Canções

Apito no samba, Luís Antônio e Luís Bandeira (1959)
Baião no deserto, Abel Ferreira, Paulo Tapajós e Zé Meneses (1953)
Bom que dói (Old fashioned Bahia), Aloísio de Oliveira e Luís Bonfá (1958)
Brigas, nunca mais, Tom Jobim e Vinicius de Moraes (1959)
Canoeiro, Dorival Caymmi (1958)
Coitadinho do papai, Augusto Garcez e Henrique de Almeida, com os Vocalistas Tropicais (1947)
Couro do falecido, Jorge de Castro e Monsueto (1955)
Dona Vera tricotando, Humberto Teixeira e Luís Gonzaga (1950)
É Madrugada,Luiz Machado e Ricardo Mariano (1967)
É sempre o papai, Miguel Gustavo (1954)
Eva, Haroldo Lobo e Milton de Oliveira (1952)
Gente do morro, Benê Alexandre, Getúlio Macedo e Manuel Santa (1953)
Lata d'água, Luís Antônio e J. Júnior, com Radamés Gnattali & Orquestra (1952)
Macapá, Humberto Teixeira e Luís Gonzaga, com Os Cariocas, Severino Araújo e Orquestra Tabajara (1949)
Marlene, meu bem, Mário Lago (1955)
Mora na filosofia, Arnaldo Passos e Monsueto (1954)
O casamento de Rosa, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
O gondoleiro (Le gondolier), Jean Broussole e Pete de Angelis, versão de Sérgio Porto (1958)
O lamento da lavadeira, João Vieira Filho, Monsueto e Nilo Chagas (1956)
Patinete no morro, Luís Antônio (1954)
Piririm, Humberto Teixeira e Zé Dantas, com Trio Madrigal e Trio Melodia (1951)
Que nem jiló, Humberto Teixeira e Luís Gonzaga, com Os Cariocas, Severino Araújo e Orquestra Tabajara (1949)
Rock'n'roll, Vital Lima (1974)
Sapato de pobre, Luiz Antônio e J. Júnior (1951)
Saudosa maloca, Adoniran Barbosa (1955)
Tome polca, José Maria de Abreu e Luiz Peixoto, com Guio de Morais & Seus Parentes (1950)
Zé Marmita, Brasinha e Luís Antônio (1953)

Trabalhos como atriz na televisão

1999 - Chiquinha Gonzaga
1984 - Viver a Vida
1981 - O Amor É Nosso .... Mayra
1971 - Bandeira 2
Foi convidada para uma participação especial na telenovela Helena (Rede Manchete, 1987), mas o trabalho acabou não se concretizando.

No cinema

1982 - Profissão Mulher
1978 - A Volta do Filho Pródigo
1967 - Carnaval Barra Limpa
1959 - Quem Roubou Meu Samba?
1958 - O Cantor e o Milionário .... Irene
1955 - Adiós, Problemas
1954 - Matar ou Correr
1953 - Balança, Mas Não Cai
1952 - Tudo Azul .... Maria Clara (intérprete: "Eva" (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira)
1950 - Todos por Um
1950 - Um Beijo Roubado
1949 - Pra Lá de Boa
1949 - Caminhos do Sul
1948 - Esta É Fina
1946 - Caídos do Céu
1945 - Pif-Paf .... Maria
1945 - Loucos por Música
1944 - Corações sem Piloto

" DIRCINHA BATISTA "


Dirce Grandino de Oliveira (São Paulo, 7 de abril de 1922 - 18 de junho de 1999), conhecida como Dircinha Batista, foi uma atriz e cantora brasileira. Era filha de Batista Júnior e irmã de Linda Batista.
Dircinha Batista foi uma cantora de enorme sucesso. Em mais de quarenta anos de carreira, ela gravou mais de trezentos discos em 78rpm, com muitos grandes sucessos, especialemente músicas carnavalescas. Trabalhou em dezesseis filmes. Uma criança prodígio, Dircinha começou a se apresentar em festivais aos seis anos de idade. Ela começou a participar dos shows de seu pai no Rio de Janeiro e em São Paulo a partir daquele ano. Em 1930, aos oito anos, gravou seu primeiro disco, para a Columbia, com duas composições de Batista Júnior, "Borboleta Azul" e "Dircinha". Em 1931, ela se tornou um membro do programa de Francisco Alves na Rádio Cajuti, onde trabalhou até seus dez anos, então se mudou para o Rádio Clube do Brasil. Em 1933, ela gravou "A Órfã" e "Anjo Enfermo", de Cândido das Neves, com acompanhamento do compositor ao violão, junto de Tute. Aos treze anos, participou do filme "Alô, Alô, Brasil" e, no ano seguinte, de "Alô, Alô, Carnaval" (ambos de Wallace Downey). Em 1936, gravou dois discos pela Victor.

Em 1937, Benedito Lacerda convidou-a para gravar seu samba "Não Chora" com ele, como solista (com Darci de Oliveira). Depois da gravação, não sabendo o que usar no outro lado do disco, ele pediu a Nássara (que estava no estúdio) para dar a ela uma de suas canções. Nássara só tinha a primeira parte de uma marchinha, mas logo a finalizou e Batista gravou seu primeiro grande sucesso, "Periquitinho Verde", que estourou no Carnaval do ano seguinte.

Em 1938, Batista trabalhou nos filmes "Futebol em Família" (J. Ruy), "Bombonzinho" e "Banana da Terra", e, em Belo Horizonte, MG, recebeu a faixa de melhor cantora do governador Benedito Valadares. Gravou "Tirolesa" (Oswaldo Santiago e Paulo Barbosa), um dos grandes sucessos do Carnaval de 1939, e venceu um concurso promovido pelo jornal "O Globo" para escolher a cantora preferida da capital federal. No mesmo ano, Batista teve muitos outros sucessos: "Moleque Teimoso" (Jorge Faraj e Roberto Martins), "Era Só o Que Faltava" (Oscar Lavado, Raul Longras e Zé Pretinho), "Mamãe, Eu Vi um Touro" (Jorge Murad e Oswaldo Santiago). Em 1940, teve sucesso no Carnaval com "Katucha" (Georges Moran e Oswaldo Santiago) e participou do filme "Laranja da China". Batista também teve sucesso com "Upa, Upa", "Nunca Mais" (ambas de Ary Barroso), "Acredite Quem Quiser" (Frazão e Nássara) e "Inimigo do Batente" (Germano Augusto e Wilson Batista). No mesmo ano, assinou um contrato milionário com a Rádio Ipanema e fez sua primeira turnê internacional (Argentina). Em 1941, participou do filme "Entra na Farra" e, três anos depois, de "Abacaxi Azul". Em 1945, Batista fez sucesso com "Eu Quero É Sambar" (Alberto Ribeiro e Peterpan). Em 1947, participou do filme "Fogo na Canjica". Em 1948, foi coroada Rainha do Rádio. Em 1952, trabalhando na Rádio Nacional e no Rádio Clube, apresentou o programa "Recepção" no Rádio Clube, o qual era dedicado aos compositores populares brasileiros. Sua atuação neste programa lhe rendeu uma placa de prata na SBACEM e um troféu pela UBC.

Em 1953, atuou no teatro pela segunda e última vez (a primeira foi em 1952) e teve um de seus maiores sucessos com "Se Eu Morresse Amanhã de Manhã" (Antônio Maria). Em 1954, atuou no filme "Carnaval em Caxias", e depois em "Guerra ao Samba" (1955), "Tira a Mão Daí" e "Depois Eu Conto" (1956), "Metido a Bacana" (1957), "É de Chuá" (1958) e "Mulheres à Vista" (1959). No Carnaval de 1958, fez sucesso com "Mamãe, Eu Levei Bomba" (J. Júnior e Oldemar Magalhães). Em 1961, ela foi contratada pela TV Tupi. Ainda fez sucesso em 1964 com "A Índia Vai Ter Neném" (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira).

Desgostosa pela falta de memória nacional e abalada pela morte da mãe para de cantar na década de 1970. Nos anos 1980, conhece o cantor José Ricardo que ampara ela e as irmãs (Odete e Linda), acolhendo-as como membros de sua família. No final dos anos 1980 é lançado o musical ´Somos Irmãs´, estrelado por Nicette Bruno e Suely Franco, que conta a história de vida das cantoras.



Principais sucessos

A índia vai ter neném!, Haroldo Lobo e Milton de Oliveira (1964)
Abre alas!, Chiquinha Gonzaga (1971) duo com Linda Batista
Alguém como tu, José Maria de Abreu e Jair Amorim (1952)
Casinha de sapé, Brasinha e Klécius Caldas (1965)
Chico Brito, Afonso Teixeira e Wilson Batista (1950)
Dança do urso, Arnaldo Paes e Max Bulhões (1942)
Ela foi fundada, Arnô Provenzano, Oldemar Magalhães e Otolino Lopes (1957)
Estranho amor, Garoto e David Nasser (1951)
Inimigo do batente, Germano Augusto e Wilson Batista (1940)
Mamãe, eu levei bomba, J. Júnior e Oldemar Magalhães (1958)
Máscara da face, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1953)
Não é vantagem, Nelson Ferreira e Oswaldo Santiago (1940)
Nunca, Lupicínio Rodrigues (1951)
O primeiro clarim, Rutinaldo e Klécius Caldas (1970)
Pirata, Alberto Ribeiro e João de Barro (1936)
Periquitinho verde, Nássara e Sá Róris (1937)
Pindamonhangaba, Pedro Caetano e Wilson Batista (1951)
Quando o tempo passar, David Nasser e Herivelto Martins (1951)
Quem já sofreu, Felisberto Martins e Luiz Soberano (1949)
Rio, Ary Barroso (1949)
Senhora (Señora), Orestes Santos, versão de Lourival Faissal (1952)
Última orquestra, Brasinha e Newton Teixeira (1971)
Upa, upa! (Meu trolinho), Ary Barroso (1940)
O sanfoneiro só tocava isso, Geraldo Medeiros e Haroldo Lobo (1950)

Filmografia

Carnaval Barra Limpa (1967)
007 e Meio No Carnaval (1966)
O Viúvo Alegre (1960)
Entrei de Gaiato (1959)
Mulheres À Vista! (1959)
É de Chuá (1958)
Metido A Bacana (1957)
Depois Eu Conto (1956)
Tira a Mão Daí! (1956)
Guerra Ao Samba (1955)
Carnaval Em Caxias (1953)
É Fogo na Roupa (1952)
Está Com Tudo (1952)
Carnaval No Fogo (1949)
Eu Quero É Movimento (1949)
Folias Cariocas (1948)
Esta É Fina! (1948)
Fogo Na Canjica (1947)
Não Adianta Chorar (1945)
Abacaxi Azul (1944)
Entra Na Farra (1941)
Laranja da China (1940)
Onde Estás, Felicidade? (1939)
Banana da Terra (1938)
Futebol Em Família (1938)
Bombonzinho (1937)
João Ninguém (1936)
Alô, Alô Carnaval (1936)
Alô, Alô Brasil (1935)

Curiosidades

Dublou Dinah Shore na versão em português de "Música, maestro!", da Disney. A canção que ela canta no filme, Two silhouettes (Charles Wolcott e Ray Gilbert), que, com a versão de Aloysio de Oliveira, ficou conhecida no Brasil como Dois corações, foi lançada em disco pela Continental.
Foi a primeira, junto de Linda Batista, a gravar Abre alas! de Chiquinha Gonzaga na íntegra. Até então, a música era conhecida apenas por retalhos e enxertos em outros discos.

" LINDA BATISTA "


Florinda Grandino de Oliveira (São Paulo, 14 de junho de 1919 — 17 de abril de 1988), mais conhecida como Linda Batista, foi uma cantora e compositora brasileira. Era filha de Batista Júnior e irmã de Dircinha Batista.
Começou sua carreira acompanhando sua irmã mais nova ao violão durante suas apresentações. Em 1936, teve que substituir a irmã no programa de Francisco Alves na Rádio Cajuti, obtendo boa aceitação do público. Também naquele ano, participou, ao lado de Dircinha, do filme Alô, Alô, Carnaval.
Linda precisou de apenas um ano para se consagrar como cantora. Em 1937, foi a primeira cantora a ser eleita Rainha do Rádio, título que manteve por onze anos consecutivos. O concurso foi realizado no Iate dos Laranjas, barco carnavalesco atracado na Esplanada do Castelo, no centro do Rio de Janeiro. Pouco depois, como contratada da então nova Rádio Nacional, fez uma excursão de grande sucesso no Norte e Nordeste que durou seis meses, começando por Recife, PE. Ali, apresentou-se no Teatro Santa Isabel, cantando músicas de Capiba acompanhada da Jazz-Band Acadêmica.




Sucessos

A pátria está te chamando, Grande Otelo (1943)
Amor passageiro, Jorge Abdalla e Zé Kéti (1952)
Bis, maestro, bis!, Cristóvão de Alencar e J. Maia (1940)
Bambu, Fernando Lobo e Manezinho Araújo (1951)
Batuque no morro, Russo do Pandeiro e Sá Róris (1941)
Bom dia, Aldo Cabral e Herivelto Martins - c/as Três Marias (1942)
Calúnia, Lupicínio Rodrigues e Rubens Santos (1958)
Chico Viola, Nássara e Wilson Batista - c/Trio Madrigal (1953)
Coitado do Edgar, Benedito Lacerda e Haroldo Lobo (1945)
Criado com vó, Marambá (1946)
Da Central a Belém, Chiquinho Sales (1943)
Dona Divergência, Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues (1951)
Enlouqueci, João Sales, Luiz Soberano e Valdomiro Pereira (1948)
Eu fui à Europa, Chiquinho Sales (1941)
Foi assim, Lupicínio Rodrigues (1952)
Levou fermento, Monsueto (1956)
Madalena, Ary Macedo e Ayrton Amorim (1951)
Marcha do paredão, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1961)
Me deixa em paz, Ayrton Amorim e Monsueto (1952)
Meu pecado, não, Fernando Lobo e Paulo Soledade (1953)
Migalhas, Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues (1950)
Nega maluca, Ewaldo Ruy e Fernando Lobo (1950)
No boteco do José, Augusto Garcez e Wilson Batista (1945)
O maior samba do mundo, David Nasser e Herivelto Martins - c/Nelson Gonçalves (1958)
Ó abre alas!, Chiquinha Gonzaga - c/Dircinha Batista (1971)
Palavra de honra, Armando Fernandes e Carolina Cardoso de Menezes (1955)
Prece de um sambista, Billy Blanco (1952)
Quem gosta de passado é museu, de sua autoria e Jorge de Castro (1964)
Quero morrer no carnaval, Luiz Antônio e Eurico Campos (1961)
Risque, Ary Barroso - c/Trio Surdina (1953)
Stanislau Ponte Preta, Altamiro Carrilho e Miguel Gustavo (1959)
Trapo de gente, Ary Barroso - c/Trio Surdina (1953)
Tudo é Brasil, Sá Róris e Vicente Paiva (1941)
Valsinha do Turi-turé, Custódio Mesquita e Ewaldo Ruy (1945)
Vingança, Lupicínio Rodrigues (1951)
Volta, Lupicínio Rodrigues (1957)

Filmografia

Alô, Alô, Carnaval (1936)
Maridinho de Luxo (1938)
Banana da Terra (1939)
Céu Azul (1940)
Tristezas Não Pagam Dívidas (1943)
Samba em Berlim (1943)
Abacaxi Azul (1944)
Berlim na Batucada (1944)
Não Adianta Chorar (1945)
Caídos do Céu (1946)
Não Me Digas Adeus (1947)
Folias Cariocas (1948)
Esta É Fina (1948)
Fogo na Canjica (1948)
Pra Lá de Boa (1949)
Eu Quero É Movimento (1949)
Um Beijo Roubado (1950)
Agüenta Firme, Isidoro (1951)
Tudo Azul (1952)
Está com Tudo (1952)
É Fogo na Roupa (1952)
Carnaval em Caxias (1954)
O Petróleo É Nosso (1954)
Carnaval em Marte (1955)
Tira a Mão Daí (1956)
Depois Eu Conto (1956)
Metido a Bacana (1957)
É de Chuá (1958)
Mulheres à Vista (1959)
Virou Bagunça (1960)

" MARY GONÇALVES "


Mary Gonçalves, nome artístico de Nice Figueiredo Rocha,
(Santos, 25 de outubro de 1927) é foi uma atriz e cantora brasileira.
Iniciou a carreira artística como atriz de cinema.
No início da década de 1950, foi contratada pela Rádio Nacional.
Estreou em disco em 1951, pela gravadora Sinter, interpretando os sambas-canção Penso em você e Só eu sei (Paulo Soledade e Fernando Lobo),
acompanhada de Lírio Panicali e seu conjunto de boate.
Em seguida, gravou o bolero Aquele beijo (Claribalte Passos e Lírio Panicali) e o samba-canção Chega mais (Pernambuco e Marino Pinto), com a orquestra de Lírio Panicali. Ainda nesse ano, gravou o samba São Paulo (Antônio Maria e Paulo Soledade) e a marcha Carnaval na Bienal (Heitor dos Prazeres). Nessa época, passou a atuar como contratada na Rádio Nacional.

Em 1952, foi eleita a Rainha do Rádio por 744.826 votos. Nesse ano, gravou pela Sinter o LP Convite ao romance no qual incluiu três composições de Johnny Alf: Estamos sós, O que é amar e Escuta. Lançou também, em disco de 78 rpm, os sambas-canção Rotina (Billy Blanco) e Vem depressa (Klécius Caldas e Armando Cavalcânti). No ano seguinte, gravou com Lírio Panicali & Orquestra o baião Coreana (Humberto Teixeira e Felícia de Godoy) e o bolero Aperta-me em teus braços (José Maria de Abreu e Jair Amorim). Gravou também o samba-canção Podem falar (Johnny Alf).
Em 1954, encerrou sua discografia na Sinter com o samba-canção Dentro da noite (Oscar Bellani e Luiz de França) e o beguine Não vá agora (Billy Blanco). No mesmo ano, foi contratada pela Odeon e gravou o bolero Obsessão (José Maria de Abreu e Jair Amorim) e o samba-canção Diga (Júlio Nagib). Gravou no ano seguinte o samba-canção Nem eu (Dorival Caymmi) e o baião Meu sonho (Luiz Bonfá).
Em 1956, gravou o samba Deixa disso (Newton Ramalho e Nanci Wanderley) e o samba-canção Patati-patatá (Hianto de Almeida e Francisco Anísio). Segundo o jornalista e pesquisador Sylvio Túlio Cardoso, ela "Gravou excelentes discos para a Sinter em 1951, mas os mesmos não tiveram boa repercussão devido a péssima qualidade técnica que o produto daquela gravadora ostentava na ocasião." Ainda na década de 1950, abandonou a carreira artística e foi viver na Colômbia.

" EMILINHA BORBA "


Emília Savana da Silva Borba, conhecida como Emilinha Borba,
(Rio de Janeiro, 31 de agosto de 1922 — Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2005)
foi uma cantora brasileira.
Iniciou sua carreira artística no fim da década de 1930, consagrando-se nas décadas seguintes como uma das mais representativas cantoras do Brasil.

Após 22 anos sem gravar um trabalho só seu, a Favorita da Marinha lançou, em 2003, o CD "Emilinha Pinta e Borba", com participações de diversos cantores como Cauby Peixoto, Marlene, Ney Matogrosso, Luís Airão, Emílio Santiago, entre outros, e, no início de 2005, o CD "Na Banca da Folia", para o carnaval do mesmo ano, com a participação do cantor Luís Henrique na primeira faixa - Carnaval Naval da Favorita.
Emilinha continuou fazendo espetáculos pelo Brasil inteiro, tendo marcado presença, nos seus três últimos anos de vida, em vários estados brasileiros como Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Bahia.
Seus maiores sucessos, entre centenas de outros, são: o bolero "Dez Anos", de Rafael Hernández com versão de Lourival Faissal e a marcha "Chiquita Bacana", de João de Barro e Alberto Ribeiro.
Por falta de gravadora, Emilinha Borba, a mais popular cantora brasileira de todos os tempos, teve que vender seus CDs em praça pública.




Sucessos

Baião de dois, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
Bate o bife, João de Barro (com Bill Farr) (1956)
Benzinho, Fernando Costa e Rossini Pinto (1962)
Botões de laranjeira, Genival Macedo e Lourival Faissal (1958)
Brasil, fonte das artes, Djalma Costa, Eden Silva e Nilo Moreira (com a Bateria do Salgueiro) (1957)
Cachito, Consuelo Velásquez, versão de A. Bourget (1958)
Capelinha de melão, motivo popular adaptado por Alberto Ribeiro e João de Barro (1949)
Chiquita bacana, Alberto Ribeiro e João de Barro (1949)
Dez anos (Diez años), Rafael Hernández, versão de Lourival Faissal (1951)
Escandalosa, Djalma Esteves e Moacir Silva (1947)
Eu sei estar na Bahia, José Maria de Abreu e Osvaldo Santiago (com Blecaute) (1949)
Fevereiro, João de Barro (1958)
Israel, João Roberto Kelly (1968)
Jerônimo, Getúlio Macedo e Lourival Faissal (1954)
Marcha do remador, Antônio Almeida e Oldemar Magalhães (1964)
Mulata Iê-iê-iê, João Roberto Kelly (1965)
Paraíba, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
Pó-de-mico, Arildo Sousa, Dora Lopes e Renato Araújo (1963)
Rumba de Jacarepaguá, Haroldo Barbosa (1947)
Se queres saber, Peterpan (1947)
Tomara que chova, Paquito e Romeu Gentil (com Guio de Morais e Seus Parentes) (1951)
Vai com jeito, João de Barro (1957)

" NILO CHAGAS "


Nilo Chagas (Barra do Piraí, 1917 — Rio de Janeiro, 1973) foi um cantor brasileiro.
Em 1935 alcançou a fama ao substituir o falecido Francisco Sena,
parceiro de Herivelto Martins, na dupla Preto e Branco.
Em 1936 a dupla virou trio, com a entrada de Dalva de Oliveira,
trio que a partir de 1938 passou a ser chamado de Trio de Ouro.

Em 1950, com a separação de Herivelto e Dalva de Oliveira,
a cantora foi substituída por Noemi Cavalcanti.
Em 1952 foi a vez de Nilo abandonar o grupo, ao lado de Noemi,
sendo substituídos por Raul Sampaio e Maria de Lourdes Bittencourt.
Nilo faleceu em 1973, aos 56 anos de idade.

" FRANCISCO SENA "


Francisco Sena (Bahia, circa 1900 - Rio de Janeiro, 1935)
foi um cantor e compositor brasileiro.
Francisco Sena estreou em 1931, com disco solo,
e em 1933 formou com Herivelto Martins a Dupla Preto e Branco,
de grande sucesso.

Com apenas dois anos e quatro discos da dupla
(além de dez discos solos anteriores), Francisco Sena faleceu,
sendo substituído posteriormente por Nilo Chagas.

" PRETO E BRANCO "


Em 1932, Herivelto Martins conheceu Francisco Sena, seu colega no Conjunto Tupi, e com ele começou a ensaiar algumas canções, entre as quais a música Preto e Branco. No ano seguinte, o Teatro Odeon estava em busca de um grupo que pudesse se apresentar nos intervalos das sessões. O Conjunto Tupi se apresentou e não foi aprovado. A convite de Vicente Marzulo, Herivelto e Francisco fizeram o teste, em dueto, chamando a atenção de todos. Foram contratados. o nome da Dupla, O Preto e O Branco, foi dado por Marzulo. Herivelto passou a compor para a dupla.

Em 1934, Herivelto gravou, com Francisco Sena, o primeiro disco da Dupla Preto e Branco, lançado pela Odeon, contendo os sambas Quatro Horas, com Sena, e Preto e Branco, de sua autoria. Compôs, em parceria com Francisco Sena, as marchas A Vida é Boa, gravada por Carlos Galhardo e Vamos Soltar Balão, gravada pela Dupla. Gravou, ainda, Como é Belo, de Gastão Viana e Pereira Filho.

Em 1935, a Dupla Preto e Branco gravou as marchas Bronzeada, de Moisés Friedman e Pedro Paraguassu, Passado, presente, futuro, de sua autoria, Um pouquinho só e Bela morena, ambas de Príncipe Pretinho, e fez algumas apresentações na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, mas o sucesso foi interrompido com a morte de Francisco Sena.

Herivelto passou a atuar sozinho, até ser contratado pelo Teatro Pátria, de Pascoal Segreto, no Largo da Cancela, em São Cristóvão, onde criou o palhaço caipira Zé Catinga, que fez muito sucesso, principalmente com as crianças. No ano seguinte, um amigo de infância de Herivelto lhe apresentou seu irmão, o cantor e compositor Nilo Chagas, com quem formou a nova Dupla Preto e Branco, por ter gostado da voz de Nilo.

Em 1937, a Dupla Preto e Branco gravou, junto com Dalva de Oliveira, o batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri, ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas Rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro.


" PERY RIBEIRO "



Peri Oliveira Martins, mais conhecido como Pery Ribeiro (Rio de Janeiro,
27 de outubro de 1937 — Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2012)
foi um cantor e compositor brasileiro.
Despontou como cantor ainda na infância, e logo se tornou sucesso.
Na chegada a adolescência passou a fazer shows profissionais.
Mais tarde no anos 50, passou a adotar o nome artístico de Pery Ribeiro, por sugestão do radialista César de Alencar. O primeiro disco foi gravado em 1960, mesmo ano em que estreou como compositor com a música "Não Devo Insistir", com Dora Lopes.
Em 1961 foi o intérprete de "Manhã de Carnaval" e "Samba de Orfeu",
ambas de Luiz Bonfá e Antônio Maria.
Pery gravou a primeira versão comercial da canção Garota de Ipanema, sucesso em todo o mundo, além de 12 discos dedicados à Bossa Nova. A partir da década de 1970, desenvolveu trabalhos mais jazzísticos, ao lado de Leny Andrade,
viajando pelo México e Estados Unidos, onde atuou também ao lado do conjunto
de Sérgio Mendes.
Entre os 50 troféus e 12 prêmios que ganhou, estão o Troféu Roquette Pinto,
o troféu Chico Viola e o Troféu Imprensa. Foi apresentador de programas de televisão e participou de alguns filmes no cinema nacional.
Era filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Tinha seis irmãos (quatro por parte de pai, um de pai e mãe, e uma irmã adotiva, por parte de mãe).
Foi um grande admirador da obra artística de seus pais, e através deles conseguiu se decidir e apreciar a música, seguindo a carreira de cantor.
Morou muitos anos com a família em Miami, na Flórida, retornando em 2011
para a cidade do Rio de Janeiro.

Morte

Faleceu aos 74 anos, vítima de um infarto agudo do miocárdio, após 30 dias internado para tratamento de endocardite.




" DALVA DE OLIVEIRA "


Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira,
(Rio Claro, 5 de maio de 1917 — Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1972)
foi uma cantora brasileira.
Filha de um carpinteiro mulato, Mário de Oliveira, conhecido como Mário Carioca, e da portuguesa Alice do Espírito Santo Oliveira, Vicentina de Paula Oliveira nasceu em 5 de maio de 1917 na cidade de Rio Claro, São Paulo. Em 1935, no Cine Pátria, Dalva conheceu Herivelto Martins que formava ao lado de Francisco Sena o dueto Preto e Branco; foi terminado o dueto e nascia o Trio de Ouro. Iniciaram um namoro e, no ano seguinte, iniciaram uma convivência conjugal, oficializada em 1939 num ritual de Umbanda. A união gerou dois filhos: o cantor Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira Martins. A União durou até 1947, quando as constantes brigas e traições por parte de Herivelto deram fim ao casamento. Ela arranjou diversos namorados, pois já estava separada dele, não moravam juntos, só estavam casados no papel. Herivelto a flagrou com um homem na cama que eles dividiam, e ele achou um absurdo, mesmo separados, sua mulher ter outro que não fosse ele, e na cama onde dormiam e faziam amor! Isso o levou a tirar a guarda de seus filhos de Dalva, só que suas brigas constantes e estampadas em jornais fizeram o conselho tutelar os mandar para um internato, só podendo visitar os pais em datas festivas e fins de semana, e podendo sair de lá definitivamente com 18 anos. Dalva sofreu muito por isso. Em 1949, oficializaram a separação. Em 1952, depois de se consagrar mais uma vez na música mundial e ganhar o título de Rainha do Rádio, Dalva de Oliveira resolve excursionar pela Argentina, para conhecer o país e cantar em Buenos Aires. Nessa ocasião conhece Tito Climent, que se torna primeiro seu amigo, depois seu empresário e mais tarde, seu segundo marido. Com ele teve uma filha chamada Dalva Lúcia de Oliveira Climent, a qual Dalva brigou na justiça pela guarda da menina, que fica com o marido, já que casada anos com ele, viviam brigando. Ela era explosiva e dona de si, Tito queria uma mulher submissa e dona de casa, como Herivelto queria e a maioria dos homens da época queriam e esperavam de uma mulher, mais ela não era assim e não iria se submeter a algo que a faria sofrer para agradar alguém. Em 1963, Dalva de Oliveira e Tito Climent se separaram oficialmente. Ela volta para o Brasil sozinha e triste, sendo que a filha vai visitá-la nas férias, como os filhos que estão no internato. Ela passa a ter alguns romances sérios e outros casuais e com todos esses homens viveu como casada, o que era um escândalo na época, a mulher namorar e manter relações conjugais com vários homens sem estar casada. Mais tarde, ela conhece Manuel Nuno Carpinteiro, homem muitos anos mais jovem, que se tornaria seu último marido.

Em 1937, a Dalva gravou, junto com a Dupla Preto e Branco, o batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri, ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas Rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro. Em 1949 deixou o trio, quando excursionavam pela Venezuela com a Companhia de Dercy Gonçalves. Em 1951 retomou a carreira solo, lançando os sambas Tudo acabado (J. Piedade e Osvaldo Martins) e Olhos verdes (Vicente Paiva) e o samba-canção Ave Maria (Vicente Paiva e Jaime Redondo), sendo os dois últimos grandes sucessos da cantora. No ano seguinte foi eleita Rainha do Rádio, e excursionou pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires, na qual conheceu Tito Clement, que se tornou seu empresário e depois marido, pai de sua filha, como mencionado anteriormente. Ainda em 1951, filmou Maria da praia, dirigido por Paulo Wanderley, e Milagre de amor, dirigido por Moacir Fenelon.
No dia 18 de agosto de 1965, sofreu um acidente automobilístico na cidade do Rio de Janeiro, que resultou na morte por atropelamento de três pessoas.
Três dias antes de morrer, Dalva pressentiu o fim e, pela primeira vez, em sua longa agonia de quase três meses, falou da morte. Ela tinha um recado para sua amiga Dora Lopes, que a acompanhou no hospital: "Quero ser vestida e maquiada, como o povo se acostumou a me ver. Todos vão parar para me ver passando". Ela faleceu em 30 de agosto de 1972, vítima de uma hemorragia interna provavelmente causada por um câncer. A cantora viveu o apogeu nos anos 30, 40 e 50.

Na primeira versão do filme Branca de Neve e os Sete Anões produzida pelos estúdios Disney, em 1938, Dalva de Oliveira dublou os diálogos da personagem Branca de Neve. As canções foram interpretadas pela dubladora Maria Clara Tati Jacome.
Em 1974, Dalva foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz, com o enredo O Rouxinol da Canção Brasileira. Em 1987 foi homenageada pela Imperatriz Leopoldinense, com o enredo Estrela Dalva.
Em 2002 o teatrólogo mineiro Pedro Paulo Cava produziu e dirigiu o o espetáculo teatral "Estrela Dalva", cujo sucesso rendeu ao elenco de 16 atores viagens por diversas capitais brasileiras e cidades do interior de Minas Gerais após quase dois anos em cartaz na capital mineira. Dalva foi interpretada por Rose Brant; Herivelto Martins por Léo Mendonza e Nilo Chagas por Diógenes Carvalho. O espetáculo foi baseado no livro de Renato Borghi e João Elísio Fonseca que foi adaptado por Pedro Paulo Cava. O elenco tinha ainda Diorcélio Antônio, Freddy Mozart, Rui Magalhães, Márcia Moreira, Leonardo Scarpelli, Felipe Vasconcelos, Libéria Neves, Jai Baptista, Ivana Fernandes, Patrícia Rodrigues, Meibe Rodrigues, Fabrizio Teixeira e Bianca Xavier. A produção executiva foi de Cássia Cyrino e Luciana Tognolli. Todo o elenco passou por meses de preparação vocal e corporal dando vida e emoção sempre aplaudidos de pé pelo público que lotava as sessões.
A vida de Dalva de Oliveira foi retratada em janeiro de 2010 com a minissérie Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor, produzida pela Rede Globo. A atriz Adriana Esteves interpretou Dalva, enquanto o ator Fábio Assunção interpretou Herivelto Martins. Nesta minissérie, a vida da cantora foi ficcionalizada. Seus maridos Tito Clement e Manuel Nuno Carpinteiro, por exemplo, não constam da obra, onde a personagem de Dalva se relacionou com personagens criados pela autora Maria Adelaide Amaral.







Discografia

A Voz Sentimental do Brasil (1953)
Dalva de Oliveira, Roberto Inglês e sua orquestra (1955)
Os Tangos Mais Famosos na Voz de Dalva de Oliveira (1957)
Dalva (1958)
Dalva de Oliveira Canta Boleros (1959)
Em Tudo Você (1960)
Tangos (1961)
Dalva de Oliveira (1961)
O Encantamento do Bolero (1962)
Tangos - Volume II (1963)
Rancho da Praça Onze (1965)
A Cantora do Brasil (1967)
É Tempo de Amar (1968)
Bandeira Branca (1970)
O Amor É O Ridículo da Vida (1973)
Dalva em Recital no Teatro Senac (1973)
Grossas Nuvens de Amor (1980)
Dalva de Oliveira Especial, Vol. 1 (1982)
Dalva de Oliveira - Série Os Ídolos do Rádio vol. V (1987)
Trio de Ouro (1993)
Saudade… (1994)
Meus Momentos (1994)
Dalva de Oliveira (1995)
A Rainha da Voz (1997)
Dalva de Oliveira e Roberto Inglez e sua Orquestra (2000)
Bis - Dalva de Oliveira (2000)
Canta Dalva (2006)

Sucessos

Brasil, Aldo Cabral e Benedito Lacerda (com Francisco Alves) (1939)
Pedro, Antônio e João, Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago (com Regional de Benedito Lacerda) (1939)
Noites de junho, Alberto Ribeiro e João de Barro (1939)
Valsa da despedida (Auld lang syne), Robert Burns, versão de Alberto Ribeiro e João de Barro (com Francisco Alves) (1941)
Segredo, Herivelto Martins e Marino Pinto (1947)
Errei, sim, Ataulfo Alves (1950)
Que será?, Marino Pinto e Mário Rossi (1950)
Sertão de Jequié, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1950)
Tudo acabado, J. Piedade e Osvaldo Martins (1950)
Ave Maria, Jaime Redondo e Vicente Paiva (com Osvaldo Borba e Sua Orquestra) (1951)
Palhaço, Osvaldo Martins, Washington e Nelson Cavaquinho (1951)
Zum-zum, Marino Pinto e Paulo Soledade (1951)
Estrela-do-mar, Marino Pinto e Paulo Soledade (1952)
Fim de comédia, Ataulfo Alves (1952)
Kalu, Humberto Teixeira (1952)
Confesion, Luis César Amadori e Enrique Santos Discépolo, versão de Lourival Faissal (1956)
Lencinho querido (El pañuelito), Juan de Dios Filiberto, Gabino Coria Peñaloza, versão de Maugéri Neto (1956)
Neste mesmo lugar, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1956)
Há um Deus (com Tom Jobim ao piano), Lupicínio Rodrigues (1957)
Minha mãe, música de Lindolfo Gaya sobre poema de Casimiro de Abreu (1959)
Rancho da Praça XI, Chico Anysio e João Roberto Kelly (1965)
Máscara negra, Pereira Matos e Zé Kéti (1967)
Bandeira branca, Laércio Alves e Max Nunes (1970)

" VENTURA RAMIREZ "


Ventura Ramirez (Mombuca, 1939) é cantor, compositor e violonista brasileiro. Fez parte do grupo Demônios da Garoa tocando Violão de 7 cordas e também do regional de choro de Carlos Poyares. Em ambos os conjuntos esteve presente também Canhotinho no cavaquinho.

Ventura Ramirez começou sua carreira como calouro no programa de rádio de Hebe Camargo, ainda no final da década de 1950, assinando logo em seguida um contrato de 5 anos com a Rádio Nacional. Com seu talento nato ao violão e voz marcante, Ventura Ramirez logo entrou para o cenário musical brasileiro, acompanhando músicos renomados no choro e seresta, como Nelson Gonçalves, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho, Orlando Silva, Luiz Gonzaga, Cartola, Lupicínio Rodrigues, além de participar do regional de choro de Carlos Poyares.

No início da década de 1960, ainda com o violão de 6 cordas, mas já com o seu estilo inconfundível nas “baixarias” que fazia com o instrumento, Ventura Ramirez é convidado a integrar o conjunto Demônios da Garoa, do qual fez parte por diversas vezes até 2005. Pouco tempo depois de entrar no conjunto, Ventura Ramirez adotou permanentemente o violão de 7 cordas, instrumento que o consagrou como um dos seus melhores representantes. Foi ele quem levou pela primeira vez o 7 cordas para os Demônios da Garoa, criando uma das marcas registradas ainda hoje mantidas pelo conjunto, mesmo após o seu desligamento. O 7 cordas surgiu para o artista cedo ainda em sua vida musical, iniciada aos 13 anos de idade, vindo da necessidade que sentia ao achar, ainda cedo, o violão de 6 cordas “limitado”, por ter “poucas” cordas!

Ao longo de sua carreira de mais de 50 anos, Ventura Ramirez, atualmente com 67 anos e puro vigor, recebeu diversos prêmios e honrarias de renomados nomes. Entre eles, está o prêmio Roquete Pinto de Revelação do Ano em 1960, o Oscar da música brasileira há alguns anos. Naquele ano, Ventura Ramirez recebeu a notícia que fora premiado pelo apresentador Silvio Santos, seu então companheiro de Rádio Nacional e com quem excursionou pelo Brasil com a famosa “Caravana do Peru que Fala”, grupo de artistas comandado por Silvio Santos e que viajava pelo Brasil divulgando a música brasileira. Como outros importantes prêmios de sua carreira, Ventura Ramirez foi por 3 vezes agraciado com o Troféu Velho Guerreiro, do saudoso Chacrinha, sendo duas vezes solo e uma com os Demônios da Garoa; 14 vezes recebeu o diploma de Melhor da Semana pelo comunicador Helio Souto e outros diversos prêmios de grêmios estudantis, da Casa da Fazenda e da Secretaria de Cultura de São Paulo.

Ventura Ramirez é considerado um dos melhores violões de 7 cordas pela crítica musical do Brasil, com uma agilidade e domínio das cordas pouco vistas até os dias de hoje. Além de violonista e cantor, Ventura Ramirez é compositor e arranjador, tendo já várias músicas gravadas ao longo da discografia dos Demônios da Garoa e de outros artistas de renome no cenário nacional, como Waldick Soriano.

Em sua carreira solo, Ventura Ramirez já gravou diversos discos, sendo o mais recente deles o CD “Tributo a Nelson Gonçalves”, pela gravadora ZAN. Nelson foi seu amigo e companheiro musical, sendo, fora dos Demônios da Garoa, o cantor de cujas gravações mais participou. Seu timbre forte lembra bastante a voz do grande Nelson em seus momentos de mais forte vigor vocal. Ainda nos tempos dos LPs, Ventura Ramirez tem registrados 3 discos, sendo dois cantando e um instrumental com o violão de 7 cordas. Recentemente, Ventura Ramirez gravou também com artistas atuais do cenário musical brasileiro, como os consagrados Ivan Lins e Guilherme Arantes.

Como fiel representante da música tradicional brasileira, de um tempo áureo em que os artistas tinham necessariamente que ter talento e técnica, em seus shows, Ventura Ramirez passeia pelo repertório da seresta e dos grandes cantores de rádio, como Nelson Gonçalves, Orlando Silva e Silvio Caldas, além de, com o seu violão de 7 cordas, representar os maiores clássicos do choro e, é claro, do bom samba, tudo no melhor estilo de um dos mais importantes violonistas da história da
música popular brasileira.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

" CAUBY PEIXOTO "


Cauby Peixoto Barros, ou simplesmente Cauby Peixoto (Niterói, 10 de fevereiro de 1931) é um cantor brasileiro.
Voz caracterizada pelo timbre grave e aveludado, mas principalmente pelo estilo "dândi", que inclui figurinos e penteados excêntricos.
Em atividade desde a década de 1940, Cauby é conhecido no meio artístico como Professor. A família tinha a música no sangue; o pai tocava violão e a mãe bandolim; os irmãos eram instrumentistas, e o tio grande pianista.
Foi considerado pelas revistas Time and Life como: O Elvis Presley brasileiro. Convidado para uma excursão aos EUA, onde gravou, com nome artístico de Ron Coby, um LP com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês. De volta ao Brasil, comprou, em sociedade com os irmãos, a boate carioca Drink, passando a se dedicar mais a administração da casa e interrompendo, assim, suas apresentações.
Em 1959, retornou aos EUA para uma temporada de 14 meses, durante os quais realizou espetáculos, aparições na televisão e gravou, em inglês, Maracangalha (Dorival Caymmi), que recebeu o título de I Go. Numa terceira visita aos EUA, algum tempo depois, participou do filme Jamboreé, da Warner Brothers. Durante toda a década de 1960, limitou-se a apresentações em boates e clubes.
A partir da década de 1970, fez aparições frequentes em programas de televisão no Rio de Janeiro, e pequenas temporadas em casas noturnas do Rio e de São Paulo. Em 1979 o roteiro profissional incluiu Vitória (ES) e Recife (PE), no Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga.
Em 1980, em comemoração aos 25 anos de carreira, lançou pela Som Livre o disco Cauby, Cauby, com composições escritas especialmente para ele por Caetano Veloso (Cauby, Cauby), Chico Buarque (Bastidores), Tom Jobim (Oficina), Roberto Carlos e Erasmo Carlos (Brigas de amor) e outros. No mesmo ano, apresentou-se nos espetáculos Bastidores (Funarte, Rio de Janeiro) e Cauby, Cauby, os bons tempos voltaram, na boate Flag (SP).
Em 1982 uma temporada no 150 Nigth Club (SP), com os irmãos Moacir (piano) e Araquem (piston) e lançou o LP Ângela e Cauby, o primeiro encontro dos dois cantores em disco, com sucessos como Começaria tudo outra vez (Gonzaguinha), Recuerdos de Ipacaray (Z. de Mirkin e Demetrio Ortiz) e a valsa Boa-noite, amor (José Maria de Abreu e Francisco Matoso).

Em 1989, os 35 anos de carreira foram comemorados no bar e restaurante A Baiuca (São Paulo), ao lado dos irmãos Moacir, Araquem, Iracema e Andiara (vozes). No mesmo ano, a RGE relançou o LP Quando os Peixotos se encontram, de 1957. Em 1993 foi o grande homenageado, ao lado de Ângela Maria, no Prêmio Sharp. Foi lançada pela Columbia caixa com 2 CDs abrangendo as gravações de 1953 a 1959, com sucessos como Conceição entre outros. Atualmente, apresenta-se nas noites de segunda-feira no Bar Brahma, tradicional templo da boemia paulistana, localizado na mais famosa esquina brasileira (av. Ipiranga com São João, em São Paulo, Brasil), em temporada que já dura há mais de dois anos, com ingressos concorridos.


" HERIVELTO MARTINS "


Herivelto de Oliveira Martins (Engenheiro Paulo de Frontin,
30 de janeiro de 1912 — Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1992)
foi um compositor, cantor, músico e ator brasileiro.
Filho do agente ferroviário Félix Bueno Martins e da costureira e doceira Dona Carlota, nascido no distrito de Rodeio, em Engenheiro Paulo de Frontin, Herivelto Martins, aos três anos de idade, já se apresentava de casaca, declamando versos em eventos organizados por seu pai.

Em 1916, a família mudou-se para Barra do Piraí, onde "seu" Félix fundou a Sociedade Dramática Dançante Carnavalesca Florescente de Barra do Piraí, que além de bailes, criava e dirigia espetáculos teatrais. Ele organizou, ainda, o grupo Pastorinhas de Barra do Piraí, que se apresentava no Natal, com Herivelto vestido de Papai Noel.
As atividades artísticas do pai motivaram o pequeno Herivelto a criar o seu próprio grupo teatral, com seus irmãos Hedelacy, Hedenir e Holdira e algumas meninos da vizinhança. Aos 9 anos de idade, compôs a paródia Quero Uma Mulher Bem Nua
(Quiero una mujer desnuda) e o samba Nunca Mais, que não foi gravado.
Aos 10 anos aprendeu música na Sociedade Musical União dos Artistas, de Barra do Piraí, onde tocou bombardino, pistom, e caixa, até a idade de 19 anos, mas apresentava preferência pelo violão e cavaquinho, que já "arranhava". Entre 1922 e 1931, participou como músico da banda da Sociedade Musical União dos Artistas de Barra do Piraí.
Os problemas financeiros eram constantes, assim como as discussões domésticas. Herivelto e seus irmãos ajudavam, vendendo os doces que sua mãe fazia. A família acabou falindo e perdendo a casa, para pagamento de dívidas da Sociedade fundada por "Seu" Félix. Aos 12 anos de idade, Herivelto foi ser caixeiro em uma loja de móveis, emprego que o pai lhe arranjou.
Em 1925, com apenas 13 anos, Herivelto conheceu os artistas circenses Zeca Lima e Colosso, que passavam pela cidade, e com eles formou um trio e seguiu para Juparanã, onde apresentaram um grandioso espetáculo. Durante um ano, o trio apresentou-se pelo interior do Rio de Janeiro, até que, procurados pela Polícia, Colosso e Zeca Lima foram presos em Vassouras e o delegado mandou Herivelto para casa.

Em 1930, com a promoção de "Seu" Félix, a família foi morar no Brás, a Rua Saião Lobato, em São Paulo e se empregou em um botequim, onde ganhou o apelido de Carioca.
Após mais uma discussão com o pai, aos 18 anos de idade e com apenas 1 conto e 200 réis no bolso, Herivelto partiu para o Rio de Janeiro, com o desejo de tentar uma carreira artística. Ele passou a dividir o aluguel de um pequeno quarto com seu irmão, Hedelacy, e mais seis rapazes, quatro deles mortos na Revolução de 32. Para sobreviver, teve de vender o relógio Roskoff "Estrada de Ferro", presente de seu padrinho.
No Rio de Janeiro, Herivelto foi palhaço de circo, vendedor, ajudante de contabilidade e, aos sábados, fazia barbas na barbearia onde o irmão Hedelacy trabalhava. Com o dinheiro da gorjeta, garantia o "Feijão à Camões"
(prato fundo com feijão preto e uma colher de arroz no meio),
do Bar de "Seu" Machado", da semana.
Foi no Bar de "Seu" Machado que Herivelto recebeu o convite de "Seu" Licínio, para gerenciar sua barbearia no Morro de São Carlos. Era sua oportunidade de conhecer os grandes sambistas que ali moravam. Foi no São Carlos onde Herivelto conheceu o compositor José Luís da Costa - Príncipe Pretinho - que lhe apresentou a J.B. de Carvalho, do Conjunto Tupi, amigo do dono da gravadora RCA Victor.
Em 1932, Herivelto Martins, através de uma parceria com J.B. de Carvalho, conseguiu lançar, pela RCA Victor, sua composição Da Cor do Meu Violão, homenagem a uma namorada que teve no bairro do Carvão, em Barra do Piraí, que seu pai insistia em dizer que era escura demais para ele. A marchinha fez grande sucesso no carnaval daquele ano, o que levou Herivelto a integrar o coro do Conjunto Tupi como ritmista. Ele inovou ao fazer breques durante as gravações, quando isso não era permitido, e por essa e outras iniciativas, Mister Evans, diretor geral da RCA Victor, o promoveu a diretor do coro.
Em 1933, Herivelto teve mais duas músicas gravadas: O Terço do Zé Faustino, com Euclides J. Moreira, pelo Conjunto Tupi, e O Enterro da Filomena, pelo Conjunto RCA.
Em uma época em que o samba ainda não havia descido o morro e ganhado a cidade, Herivelto criou várias músicas para homenagear a Estação Primeira de Mangueira, entre elas: Saudosa Mangueira e Lá em Mangueira.
Em 1986, Herivelto Martins foi homenageado pela escola de samba Unidos da Ponte, com o enredo Tá na hora do samba, que fala mais alto, que fala primeiro, o homenageado participou do desfile.





Discografia

Herivelto com o Trio de Ouro (1942) Odeon 78
Ave Maria no morro (1943) Odeon 78
Laurindo (1944) Odeon 78
Odete/Bom dia Avenida (1944) Odeon 78
Jubileu de prata (1956) Continental LP
Um compositor em 2 tempos (1956) Copacabana LP
O Famoso Trio de Ouro (1969) Imperial LP
Trio de Ouro [S/D] Camden LP
Trio de Ouro e os seus sucessos [S/D] RCA Victor LP
Trio de Ouro [S/D] Revivendo CD
Jubileu de Herivelto [S/D] Copacabana LP
Carnaval de Herivelto [S/D] Mocambo LP

Composições

A Bahia te espera (Herivelto Martins / Chianca Garcia)
A baiana sambou (Herivelto Martins / Ciro Monteiro)
A dança do funiculi (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
A família do Aparício (Herivelto Martins / Roberto Roberti)
A guerra acaba amanhã (Herivelto Martins / Grande Otelo)
A Lapa (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
A Maria me controla (Herivelto Martins / Roberto Roberti)
A mesma história (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
A porta estandarte
A rua onde tu moras (Herivelto Martins / David Nasser)
A tristeza (Herivelto Martins / Heitor dos Prazeres)
A última homenagem (Herivelto Martins / Blecaute)
A vida é boa (Herivelto Martins / Assis Valente e Francisco Sena)
Acorda, escola de samba (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Acorde, Estela (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Adeus (Herivelto Martins / Jararaca)
Adeus (Herivelto Martins / Mário Rossi)
Adeus, Mangueira (Herivelto Martins / Grande Otelo)
Adeus, mocidade (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Agüenta o galho (Herivelto Martins / Nélson Gonçalves)
Ai, morena (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Aladim (Herivelto Martins / Raul Sampaio)
Amarga confissão (Herivelto Martins / David Nasser)
Amélia na Praça Onze (Herivelto Martins / Cícero Nunes)
Amigo
Amor próprio
Amuleto (Herivelto Martins / Klécius Caldas)
Andorinha (Herivelto Martins / Haroldo Barbosa)
Anjo negro
Ao Deus dará (Herivelto Martins / José Messias)
Apita quem roda (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Apogeu (Herivelto Martins / Cícero Nunes)
Apoio moral (Herivelto Martins / Marino Pinto)
Apoteose do samba
Aqui se faz, aqui se paga (Herivelto Martins / Nelson Gonçalves)
Às três da manhã
Até a volta (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Atiraste uma pedra (Herivelto Martins / David Nasser)
Aula de música (Herivelto Martins / Haroldo Barbosa)
Ave Maria no Morro
Bafo de boca (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Baiana falsificada
Barraco de tábua (Herivelto Martins / Vitor Simon)
Batuque no morro (Herivelto Martins / Humberto Porto e Ozon)
Beija-me a boca
Berço do rei
Boêmio (Herivelto Martins / David Nasser)
Bom-dia (Herivelto Martins / Aldo Cabral)
Bom-dia, Avenida (Herivelto Martins / Grande Otelo)
Bonita
Branca de neve (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Brasília
Brinquedo do destino (Herivelto Martins / Aldo Cabral)
Cabaré no morro
Cabelos brancos (Herivelto Martins / Marino Pinto)
Cabrocha bamba
Cabrocha boa (Herivelto Martins / Ciro de Souza)
Cachopa (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Caixinha do Ademar (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Calado, venci (Herivelto Martins / Ataúlfo Alves)
Caminhemos
Caminho certo (Herivelto Martins / David Nasser)
Camisola do dia (Herivelto Martins / David Nasser)
Canaviais (Herivelto Martins / Orestes Barbosa)
Canto livre
Capela de São José (Herivelto Martins / Marino Pinto)
Carlos Gardel (Herivelto Martins / David Nasser)
Carmen (Herivelto Martins / Nélson Gonçalves)
Caroá (Herivelto Martins / Darci de Oliveira)
Céu é sempre céu
Chora, pierrô (Herivelto Martins / Ciro Monteiro)
Cicatrizes (Herivelto Martins / Marino Pinto)
Cidade velha (Herivelto Martins / Grande Otelo)
Claudionor se queimou (Herivelto Martins / José Messias)
Como a favela mudou (Herivelto Martins / Rogério Nascimento)
Como eu chorei (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Consciência (Herivelto Martins / Príncipe Pretinho)
Consulta seu travesseiro (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Controlando essa mulher (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Covarde (Herivelto Martins / Dunga)
Culpe-me
Da cor do meu violão (Herivelto Martins / J. B. de Carvalho)
Dança do coça-coça (Herivelto Martins / José Messias)
Depois da separação
Desculpa de ocasião (Herivelto Martins / Darci de Oliveira)
Desde de que o mundo é mundo (Herivelto Martins / David Nasser e Nelson Gonçalves)
Desperte, Dodô (Herivelto Martins / Heitor dos Prazeres)
Deus te abençoe, papai (Herivelto Martins / David Nasser)
Doce lar…
Dois corações (Herivelto Martins / Valdemar Gomes)
Duas lágrimas (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Duro nega
É de verdade (Herivelto Martins / Bonfíglio de Oliveira)
E o tempo passou (Herivelto Martins / David Nasser)
E o vento levou (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
É quase certo (Herivelto Martins / David Nasser)
É tarde (Herivelto Martins / Darci de Oliveira)
É triste a gente querer (Herivelto Martins / Príncipe Pretinho)
Edredom vermelho
Ela
Ela (Herivelto Martins / Príncipe Pretinho)
Ela foi embora (Herivelto Martins / Ciro Monteiro)
Ela me beijou (Herivelto Martins / Artur Costa)
Enfermeira (Herivelto Martins / David Nasser)
Enfrenta o trabalho (Herivelto Martins / Bob Silva)
Esperança do Brasil (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Estação da Luz (Herivelto Martins / David Nasser)
Estou triste com você (Herivelto Martins / Darci de Oliveira)
Estrela d'alva (Herivelto Martins / Castro Barbosa)
Estrelas na lama (Herivelto Martins / Nélson Gonçalves)
Eu dei bom-dia
Eu queri um adeus (Herivelto Martins / Príncipe Pretinho)
Fala, Claudionor (Herivelto Martins / Grande Otelo)
Falso amigo (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Faz-se aqui, sabe-se lá (Herivelto Martins / Roberto Roberti)
Felicidade
Fidelidade
Fracassei (Herivelto Martins / Nélson Gonçalves)
Francisco Alves (Herivelto Martins / David Nasser)
Gaúcho velho (Herivelto Martins / Pedro de Almeida)
Goma de gomá
História cabocla (Herivelto Martins / José Messias)
História do pierrô (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
História infantil
Hoje quem paga sou eu (Herivelto Martins / David Nasser)
Incerteza (Herivelto Martins / Raul Sampaio)
Isaura (Herivelto Martins / Roberto Roberti)
Janela indiscreta
Japonesinha
João, João (Herivelto Martins / David Nasser)
Jurei (Herivelto Martins / José Messias)
Jurei, jurei (Herivelto Martins / Leduvi de Pina)
Lá em Magueira (Herivelto Martins / Heitor dos Prazeres)
Lágrima
Laurindo
Lençol de linho (Herivelto Martins / David Nasser)
Leviana (Herivelto Martins / Nélson Gonçalves)
Liberdade (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Linda romana (Herivelto Martins / Blecaute)
Linha reta
Louca (Herivelto Martins / José Messias)
Madrugada (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Madrugada (Herivelto Martins / Evaldo Rui)
Mais uma estrela (Herivelto Martins / Bonfíglio de Oliveira)
Mais uma história de amor (Herivelto Martins / Humberto Porto)
Mais uma lágrima (Herivelto Martins / Klécius Caldas)
Malaguenha (Herivelto Martins / Haroldo Barbosa)
Mamãe (Herivelto Martins / David Nasser)
Mangueira, não! (Herivelto Martins / Grande Otelo)
Mania de malandro
Marcha do trouxa (Herivelto Martins / Adelino Moreira e Nélson Gonçalves)
Marginal (Herivelto Martins / Pedro de Almeida)
Maria do Socorro (Herivelto Martins / Blecaute)
Maria louca (Herivelto Martins / David Nasser)
Maria sapeca (Herivelto Martins / Sebastião Rodrigues)
Me deixa em paz (Herivelto Martins / Jovelino Marques da Costa)
Melhorou, hein? (Herivelto Martins / José Messias)
Meu mundo
Meu país verdadeiro (Herivelto Martins / Pinto Filho)
Meu rádio e meu mulato
Meu último reinado (Herivelto Martins / Raul Sampaio)
Mexicanita (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Mil mulheres (Herivelto Martins / Ciro Monteiro)
Minueto (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Momentos de tristeza (Herivelto Martins / Popeye do Pandeiro)
Morro de Santa Tereza
Morro de Santo Antônio (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Mulher parece bonde (Herivelto Martins / José Messias)
Na Bahia (Herivelto Martins / Humberto Porto)
Nada (Herivelto Martins / Mário Rossi)
Não é horário (Herivelto Martins / J. Costa)
Não era adeus (Herivelto Martins / Cícero Nunes)
Não fiquei louco (Herivelto Martins / Príncipe Pretinho)
Não matei
Não me conheço mais
Não, não (Herivelto Martins / Haroldo Barbosa)
Não posso nem comigo (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Não te esqueças (Herivelto Martins / David Nasser e Ari Elis)
Não tem mais jeito (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Não volto atrás
Natal (Herivelto Martins / Rogério Nascimento)
Nega fulô (Herivelto Martins / Chianca de Garcia)
Nega manhosa
Negro artilheiro (Herivelto Martins / Sinval Silva)
Negro telefone (Herivelto Martins / David Nasser)
Nem a Deus (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Nem no sétimo dia (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Nem o chope (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Hná Marema
Ninguém sofreu (Herivelto Martins / Nélson Gonçalves)
No meu colchão (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
No picadeiro da vida (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Noite de fogueira
Noite de insônia (Herivelto Martins / David Nasser)
Noite enluarada (Herivelto Martins / Heitor dos Prazeres Filho)
Noite vazia
Nossa separação (Herivelto Martins / Heitor dos Prazeres)
Nossas vidas
Nova Copacabana (Herivelto Martins / David Nasser)
O enterro de Filomena
O fantasma dos apuros (Herivelto Martins / Aldo Cabral)
O maior samba do mundo (Herivelto Martins / David Nasser)
O preço da glória (Herivelto Martins / David Nasser)
O terço do Zé Faustino (Herivelto Martins / Euclides José Moreira)
Obê
Obrigado, excelência
Obrigado, general (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Obrigado, Maria (Herivelto Martins / Mário Rossi)
Odete (Herivelto Martins / Dunga)
Olhos verdes (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Olinda (Herivelto Martins / Heitor dos Prazeres)
Opinião de mulher (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Ouro Preto (Herivelto Martins / David Nasser)
Outra vez (Herivelto Martins / David Nasser)
Palacete do Catete (Herivelto Martins / Ciro de Sousa)
Palhaço (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Palhaço (Herivelto Martins / David Nasser)
Palmeira triste
Papagaio candidato (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Papai e mamãe (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Papai Noel esqueceu (Herivelto Martins / David Nasser)
Pára de gritar
Partida precipitada (Herivelto Martins / Marino Pinto)
Passado, presente, futuro (Herivelto Martins / Francisco Sena)
Passarinho (Herivelto Martins / David Nasser)
Pau-pereira
Pedindo a São João (Herivelto Martins / Darci de Oliveira)
Pensando em ti (Herivelto Martins / David Nasser)
Perdoar (Herivelto Martins / Raul Sampaio)
Piano velho (Herivelto Martins / David Nasser)
Pixaim (Herivelto Martins / Grande Otelo)
Plac-plac
Por que você não vai? (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Porta afora (Herivelto Martins / Príncipe Pretinho)
Portugal perdoa sempe
Pra esquecer
Praça Onze (Herivelto Martins / Grande Otelo)
Prece de paz (Herivelto Martins / David Nasser)
Preto e branco
Primeiro mal
Prometeu me ajudar (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Quando a idade chegar (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Quando amanhece (Herivelto Martins / Raul Sampaio)
Quando o tempo passar (Herivelto Martins / David Nasser)
Quarto vazio
Quase
Quase louco (Herivelto Martins / Dunga)
Quatro horas (Herivelto Martins / Francisco Sena)
Que fazer? (Herivelto Martins / Mário Rossi)
Que rei sou eu? (Herivelto Martins / Valdemar Assunção)
Quem dá cartaz? (Herivelto Martins / David Nasser)
Quem dera
Quem lava o morro (Herivelto Martins / Leduvi de Pina)
Quem manda na minha vida (Herivelto Martins / Raul Sampaio)
Quem vem descendo? (Herivelto Martins / Príncipe Pretinho)
Quero esquecer (Herivelto Martins / Evaldo Rui)
Rancho da serra (Herivelto Martins / Blecaute)
Recusa
Redoma de vidro (Herivelto Martins / Nélson Gonçalves)
Rei da vila
Rei sem coroa (Herivelto Martins / Valdemar Assunção)
Revanche (Herivelto Martins / Ari Elis)
Revanche
Ritmo do coração (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Salve a viúva (Herivelto Martins / Nélson Gonçalves)
Samaritana (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Samba manifesto
Santo Antônio, São Pedro, São João (Herivelto Martins / Bide)
São os olhos dela
Saudosa cachopa (Herivelto Martins / Raul Sampaio)
Saudosa Mangueira
Se a saudade falasse
Se a vida não melhorar (Herivelto Martins / Príncipe Pretinho)
Se adormeço (Herivelto Martins / David Nasser)
Se é pecado
Se é por falta de adeus
Se ela sente saudade (Herivelto Martins / Valdemar Gomes)
Se eu fosse como era antigamente
Se o morro não descer (Herivelto Martins / Darci de Oliveira)
Secretária (Herivelto Martins / David Nasser)
Segredo (Herivelto Martins / Marino Pinto)
Sem ela
Senhor do Bonfim
Serenata à Virgem Maria (Herivelto Martins / David Nasser)
Sereno (Herivelto Martins / Nélson Gonçalves)
Seu condutor (Herivelto Martins / Alvarenga e Ranchinho)
Seu coração é seu mestre
Seu endereço
Tá faltando mulher (Herivelto Martins / Blecaute)
Tamborim (Herivelto Martins / J. Soares)
Tango do cretino
Tarde de setembro (Herivelto Martins / David Nasser)
Tecedeira (Herivelto Martins / David Nasser)
Telefone lá pra casa (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Teu erro (Herivelto Martins / Artur Costa)
Teu exemplo (Herivelto Martins / David Nasser)
Teu fracasso
Timoneiro (Herivelto Martins / Humberto Porto)
Tirolês
Todas iguais
Tormento (Herivelto Martins / Marino Pinto)
Torna (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Toureiro valente (Herivelto Martins / Paulo Medeiros)
Trabalha, mulher (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Trabalhou, trabalhou (Herivelto Martins / José Messias)
Traje a rigor (Herivelto Martins / J. Costa)
Transformação
Três de julho (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Treze de ouro (Herivelto Martins / Marino Pinto)
Tua partida
Tudo é samba (Herivelto Martins / Fernando Lobo)
Última festa (Herivelto Martins / Zeca Ivo)
Um caboclo abandonado (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Uruguaia
Vai
Vaidosa (Herivelto Martins / Artur Morais)
Valsinha dos namorados (Herivelto Martins / David Nasser)
Vamos dançar, Maria
Vamos soltar balão (Herivelto Martins / Francisco Sena)
Vele por mim
Velho descarado
Vencida (Herivelto Martins / A. Bruni)
Venderam o morro
Verbo amar (Herivelto Martins / Nélson Gonçalves)
Vermelho vinte e sete (Herivelto Martins / David Nasser)
Vida vazia (Herivelto Martins / Grande Otelo)
Vinte anos depois (Herivelto Martins / David Nasser)
Vou guardar meu pandeiro
Vou votar em Madureira (Herivelto Martins / Benedito Lacerda)
Vou-me embora pra Goiás (Herivelto Martins / Rubens Silva)
Zé do morro
Ingrid Mikaelly

" TRIO DE OURO "


O Trio de Ouro foi um conjunto vocal brasileiro
formado por Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas em 1937.
Na época, Herivelto formava com Nilo Chagas (Barra do Piraí, 1917 — Rio de Janeiro, 1973) a dupla Preto e Branco. Nilo tinha substituído o primeiro parceiro de Herivelto, Francisco Sena, falecido no ano anterior. Em 1936, eles conheceram a cantora Dalva de Oliveira no Cine Pátria, onde trabalhavam. Então eles começaram a ensaiar juntos em busca de algo diferente. Eles foram ouvidos pelo compositor Príncipe Pretinho, que, entusiasmado com o resultado,
incentivou-os a prosseguirem juntos.
Eles então passaram a se apresentar juntos, como Dalva de Oliveira e dupla Preto e Branco, e assim gravaram o primeiro disco na Victor em 1937, com a batucada “Itaquari” e a marchinha”Ceci e Peri” (ambas de Príncipe Pretinho), acompanhados dos Boêmios da Cidade. Nesse ano, o trio foi contratado pela Mayrink Veiga, para o programa de César Ladeira. Em 1938, assinaram contrato com a Odeon, onde gravaram os primeiros discos com o Regional de Benedito Lacerda. Foi então que o nome Trio de Ouro apareceu pela primeira vez em disco, na faixa “Na Bahia”, jongo de Herivelto e Humberto Porto gravado pelo trio junto de Carmen Miranda.
Essa denominação foi dada por César Ladeira, que, durante uma apresentação do grupo, afirmou que ser esse “um trio de ouro”, designação que eles passaram a usar, embora eles só a tenha adotado oficialmente dois anos depois. Naquele ano, realizou-se o casamento de Herivelto e Dalva.

Em 1940, passaram a atuar no Rádio Clube do Brasil. Nessa década, eles alcançaram o auge do sucesso com “Praça XI” (Herivelto e Grande Otelo), gravado na Columbia com Castro Barbosa e o Regional de Benedito Lacerda, campeão do carnaval de 1942, e “Ave Maria no Morro” (Martins), na Odeon, com Fon-Fon e sua orquestra, e atuaram em filmes. Também em 1942, eles passaram a integrar a Rádio Nacional.
Em 1950, com a separação de Herivelto e Dalva de Oliveira, o trio se desfez em sua primeira formação. Herivelto refez o conjunto com a cantora Noemi Cavalcanti (*Cachoeiro do Itapemirim, ES, 1926) e passaram a gravar na Victor. Dois anos depois, o trio se desfez novamente, com a saída de Noemi e Nilo Chagas, que resolveram formar uma dupla. O trio então se formou novamente, com Herivelto, o capixaba Raul Sampaio e a paulista Maria de Lourdes Bittencourt (1928 -1979),
esposa de Nelson Gonçalves.
O novo trio estreou com a regravação dum antigo sucesso, “Ave-Maria no Morro”.
Foram contratados pela Rádio Nacional, onde permaneceram por dois anos. Nessa época, excursionaram pelo norte do país, Minas Gerais e São Paulo e fizeram temporadas na Argentina, no Chile, no Peru e no Uruguai.
Em meados dos anos 50, o sucesso do grupo entrou em declínio. Em 1958, o trio passou a gravar pelo pequeno selo Carnaval, pelo qual lançaram, entre outros, o samba “A Felicidade”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, uma rara adesão à nascente Bossa Nova. O trio lançou seu último disco comercial em 1964, pelo selo Som, com o samba “Capital do Samba” (Herivelto e Marino Pinto), uma homenagem ao quarto centenário do Rio de Janeiro. O trio se desfez novamente pouco depois, devido a problemas de saúde de Lourdes Bittencourt, que viria a falecer em 1979.
Nos anos 70, agora com Shirley Dom como solista, o trio voltou a fazer apresentações esporádicas, chegando até a gravar um LP para a Funarte em homenagem à obra de Herivelto Martins. Eles se apresentaram pela última vez no aniversário de oitenta anos de Herivelto em jantar fechado na residência de Ricardo Cravo Albin.






Sucessos

A Bahia Te Espera, Chianca de Garcia e Herivelto Martins (1950)
Alvorada, E. J. Moreira e Príncipe Pretinho (1939)
Alvorada de Luz, Paulo Marques e Pedro de Almeida (1952)
Ave-Maria, Jaime Redondo e Vicente Paiva (1950)
Ave-Maria no Morro, Herivelto Martins (c/Fon-Fon & Sua Orquestra 1942)
Bom Dia, Avenida, Grande Otelo e Herivelto Martins (1944)
Boca Fechada, Lupicínio Rodrigues (1954)
Calado Venci, Ataulfo Alves e Herivelto Martins (c/Raul & Regional, 1947)
Caminho Certo, David Nasser e Herivelto Martins (1950)
Conversando com a Chuva, Pedro de Almeida (1952)
E Não Sou Baiano, Waldemar Ressurreição (c/Regional de Benedito Lacerda, 1945)
Lá em Mangueira, Heitor dos Prazeres e Herivelto Martins (1943)
Lamento Negro, Humberto Porto e Secundino (1940)
Laurindo, Herivelto Martins (1943)
Maria louca, David Nasser e Herivelto Martins (1953)
Mironga de Moça Branca, Gastão Viana (1954)
Morro, Dunga e Herivelto Martins (1944)
Negro Telefone, David Nasser e Herivelto Martins (1953)
O Bonde de Santa Teresa, Waldemar Ressurreição (1952)
Odete, Dunga e Herivelto Martins (1944)
Praça XI, Grande Otelo e Herivelto Martins (c/Castro Barbosa e Regional de Benedito Lacerda, 1941)
Quem Vem Descendo, Príncipe Pretinho (1944)
Recife, Antônio Maria (1951)
Saudade de Mangueira, Herivelto Martins (1954)
Senhor do Bonfim, Herivelto Martins (1947)
Teu Exemplo, David Nasser e Herivelto Martins (1950)

Filmografia

Samba em Berlim
Berlim na Batucada
Pif-Paf
Caídos do Céu
Esta É Fina
Fogo na Canjica
Pra Lá de Boa
Agüenta Firme, Isidoro
Está com Tudo
Com a Mão na Massa
Samba na Vila
Guerra ao Samba
Um Pirata do Outro Mundo
É de Chuá

" DORIVAL CAYMMI "


Dorival Caymmi (Salvador, 30 de abril de 1914 — Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2008) foi um cantor, compositor, violonista, pintor e ator brasileiro.
Compôs inspirado pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano. Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica. Morreu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, em casa, às seis horas da manhã, por conta de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos em consequência de um câncer renal que possuía há 9 anos.. Permanecia em internação domiciliar desde dezembro de 2007. Poeta popular, compôs obras como Saudade de Bahia, Samba da minha Terra, Doralice, Marina, Modinha para Gabriela, Maracangalha, Saudade de Itapuã, O Dengo que a Nega Tem, Rosa Morena. Filho de Durval Henrique Caymmi e Aurelina Soares Caymmi, era casado com Adelaide Tostes, a cantora Stella Maris. Todos os seus três filhos são também cantores: Dori Caymmi, Danilo Caymmi e Nana Caymmi.




Caymmi era descendente de italianos pelo lado paterno, as gerações da Bahia começaram com o seu bisavô, que chegou ao Brasil para trabalhar no reparo do Elevador Lacerda e cujo nome era grafado Caimmi. Ainda criança, iniciou sua atividade como músico, ouvindo parentes ao piano. Seu pai era funcionário público e músico amador, tocava, além de piano, violão e bandolim. A mãe, dona de casa, mestiça de portugueses e africanos, cantava apenas no lar. Ouvindo o fonógrafo e depois a vitrola, cresceu sua vontade de compor. Cantava, ainda menino, em um coro de igreja, como baixo-cantante. Com treze anos, interrompe os estudos e começa a trabalhar em uma redação de jornal O Imparcial, como auxiliar. Com o fechamento do jornal, em 1929, torna-se vendedor de bebidas. Em 1930 escreveu sua primeira música: 'No Sertão", e aos vinte anos estreou como cantor e violonista em programas da Rádio Clube da Bahia. Já em 1935, passou a apresentar o musical Caymmi e Suas Canções Praieiras. Com 22 anos, venceu, como compositor, o concurso de músicas de carnaval com o samba A Bahia também dá. Gilberto Martins, um diretor da Rádio Clube da Bahia, o incentiva a seguir uma carreira no sul do país. Em abril de 1938, aos 23 anos, Dorival, viaja de ita (navio que cruza o norte até o sul do Brasil) para cidade do Rio de Janeiro, para conseguir um emprego como jornalista e realizar o curso preparatório de Direito. Com a ajuda de parentes e amigos, fez alguns pequenos trabalhos na imprensa, exercendo a profissão no jornal Diários Associados, ainda assim, continuava a compor e a cantar. Conheceu, nessa época, Carlos Lacerda e Samuel Wainer. Foi apresentado ao diretor da Rádio Tupi, e, em 24 de junho de 1938, estreou na rádio cantando duas composições, embora ainda sem contrato. Saiu-se bem como calouro e iniciou a cantar dois dias por semana, além de participar do programa Dragão da Rua Larga. Neste programa, interpretou O Que é Que a Baiana Tem, composta em 1938. Com a canção, fez com que Carmen Miranda tivesse uma carreira no exterior, a partir do filme Banana da Terra, de 1938. Sua obra invoca principalmente a tragédia de negros e pescadores da Bahia: O Mar, História de Pescadores, É Doce Morrer no Mar, A Jangada Voltou Só, Canoeiro, Pescaria, entre outras. Filho de santo de Mãe Menininha do Gantois, para quem escreveu em 1972 a canção em sua homenagem: "Oração de Mãe Menininha", gravado por grandes nomes como Gal Costa e Maria Bethânia.
O Dorival é um gênio. Se eu pensar em música brasileira, eu vou sempre pensar em Dorival Caymmi. Ele é uma pessoa incrivelmente sensível, uma criação incrível. Isso sem falar no pintor, porque o Dorival também é um grande pintor.

Nas composições de Caymmi (Maracangalha - 1956; Saudade de Bahia - 1957), a Bahia surge como um local exótico com um discurso típico que estabelecera-se nas primeiras décadas do século XX. Referências à cultura africana, à comida, às danças, à roupa, e, principalmente à religião. Com a Primeira Guerra Mundial, um lundu de autoria anônima, com o nome de "A Farofa",trata não tão somente do conflito como também de dendê e vatapá, na canção "O Vatapá". O compositor José Luís de Moraes, chamado Caninha, utilizou, ainda em 1921, o vocábulo balangandã, no samba "Quem vem atrás fecha a porta". A culinária baiana foi consagrada no maxixe "Cristo nasceu na Bahia", lançado em 1926. No final da década de 1920, é associado à Bahia a mulher que ginga, rebola, requebra, remexe e mexe as cadeiras quando está sambando, o que surpreende na linguística, tendo em vista que o autor não era nativo do Brasil. O primeiro grande sucesso O que é que a baiana tem? cantada por Carmen Miranda em 1939 não só marca o começo da carreira internacional da Pequena Notável vestida de baiana, mas influenciou também a música popular dentro do Brasil, tornou-se conhecida a ponto de ser imitada e parodiada, como no choro "O que é que tem a baiana" de Pedro Caetano e Joel de Almeida ou na canção "A baiana diz que tem" de Raul Torres.
Apesar das produções anteriores, as composições de Caymmi
são as mais lembradas sobre a cultura baiana.