sábado, 24 de dezembro de 2011

"ZEZÉ GONZAGA"


Filha e neta de músicos, sua mãe chamava-se Oraide e era flautista.
O pai, Rodolpho, era "luthier", tendo inclusive construído um instrumento para Luperce Miranda. Começou a cantar aos 13 anos, quando se mudou para a cidade vizinha de Além-Paraíba e passou a apresentar-se no Rex Clube. Recebeu incentivo da família, que apoiava que seguisse a carreira de cantora lírica. Começou a estudar canto com a professora Graziela de Salerno, que gostava muito de seu registro de soprano ligeiro, e além de canto, estudou piano e leitura musical. Fez seus estudos escolares na cidade vizinha de Porto Novo, com bolsa de estudos, compensada por pequenos serviços realizados por seu pai, já que sua família vivia com dificuldade. Foi em Porto Novo que fez sua primeira apresentação, cantando a valsa "Neusa", de Antônio Caldas (pai do cantor Sílvio Caldas), grande sucesso de Orlando Silva.




Iniciou sua carreira como caloura no programa de Ary Barroso, em 1942. Na ocasião, recebeu a nota máxima ao interpretar "Sempre no meu coração". Logo em seguida, recebeu convite para se apresentar no programa radiofônico "Escada do Jacó", do popular radialista Zé Bacurau. Depois de curta temporada no Rio de Janeiro, retornou a Porto Novo para continuar seus estudos. Nessa época, costumava fazer pequenas apresentações num clube de jazz, o que lhe causou problemas na escola, pois além da discriminação racial, enfrentava a discriminação por ser artista. Mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro em 1945. Nesse ano, conquistou o primeiro lugar no programa "Pescando estrelas", da Rádio Clube do Brasil, apresentado por Arnaldo Amaral. Isso lhe valeu um contrato de 800 mil-réis com a emissora, que duraria até 1948. Nessa época, formou com a cantora Odaléa Sodré (filha de Heitor Catumbi) uma dupla chamada "As Moreninhas do Ritmo". Com a parceira, cantou no conjunto do pianista Laerte, na Rádio Jornal do Brasil. Em 1948, assinou contrato com a Rádio Nacional do Rio. Foi levada para lá a partir de um contato do cantor Nuno Roland, que marcou uma reunião com ela a pedido do diretor geral da rádio, Victor Costa. Na ocasião, Victor Costa lhe ofereceu um salário bem mais alto e a cantora, dias depois, já integrava o "cast" da Nacional, tendo como "padrinhos musicais" o próprio Victor Costa, ao lado do cantor Paulo Tapajós. No ano seguinte, gravou seu primeiro disco, pela Star, com os sambas-canção "Inverno", de Clímaco César e "Desci", de Alcyr Pires Vermelho e Cláudio Luiz. Fois por essa época que Paulo Gracindo começou a chamá-la de "minha namorada musical", em seu programa na Rádio Nacional, nos anos 1940, devido a sua técnica e afinação impecável. Depois, integrou vários conjuntos vocais (de diversas formações), alguns dos quais são: "As Moreninhas", "Cantores do céu" e "Vocalistas modernos". Além disso, participou do coro de inúmeras gravações na Rádio Nacional. Em 1951, gravou pela Sinter o samba-canção "Foi você", de Paulo César e Ênio Santos, e o bolero "Canção de Dalila", de Victor Young, com versão de Clímaco César com o qual fez bastante sucesso. Nesta etiqueta gravou outros discos solo e também com o grupo "As Moreninhas". Em 1952, gravou os sambas "Não quero lembrar", de Sávio Barcelos, Ailce Chaves e Paulo Marques e "Quero esquecer", de Brasinha, Salvador Miceli e Mário Blanco, a valsa "Festa de aniversário", de Joubert de Carvalho e a marcha "Um sonho que eu sonhei", de Alcyr Pires Vermelho e Sá Róris. Em 1953, gravou o baião "É sempre o papai", de Miguel Gustavo e a valsa "Festa de aniversário", de Joubert de Carvalho. No ano seguinte, gravou o bolero "Meu sonho", de Pedroca e Alberto Ribeiro e o "Baião manhoso", de Manoel Macedo e Marcos Valentim. Ainda em 1954, foi contratado pela Columbia e gravou o fox "Canário triste", de V. Floriano com versão de Juvenal Fernandes e o samba canção "Razão de tudo", de Umberto Silva e Nilton Neves. Em 1955, gravou os sambas canção "Sedução", de Carlito e Nazareno de Brito e "Óculos escuros", de Valzinho e Orestes Barbosa, seu maior sucesso. Em 1956, gravou a toada "Moreno que desejo", de Bruno Marnet e a valsa "Natal das crianças", de Blecaute. No mesmo ano, gravou seu primeiro LP, "Zezé Gonzaga", que foi considerado o melhor disco do ano e trazia entre suas faixas "Ai ioiô (Linda Flor)", de Henrique Vogeler e Luiz Peixoto, que passou a ser considerada uma de suas grandes interpretações, além de "Nunca jamais", de Lalo Ferreira, numa versão de Marques Porto. Em 1957, gravou os boleros "Não sonhe comigo", de Fernando César, "Tédio", de Fernando César e Nazareno de Brito e "Vivo a cantar", de Cícero Nunes e Bruno Marnet. No ano seguinte, gravou o samba jongo "Cafuné", de Dênis Brean e Gilberto Martins e o samba canção "Saia do caminho", de Custódio Mesquita e Evaldo Rui. Em 1959, gravou duas músicas da parceria Tom Jobim e Vinícius de Moraes: o samba "A felicidade" e o fox "Eu sei que vou te amar". Em 1961, passou a gravar na Continental e registrou "A montanha", de Agueró e Moreu, com versão de Fernando César e o samba "Que culpa tenho eu?", de Armando Nunes e Othon Russo. No mesmo ano, gravou o bolero "Há sempre alguém", de Luiz Mergulhão e Umberto Silva e o samba "Um beijo, nada mais", de Almeida Rego e Índio. Em 1962, gravou a balada "Rosa de maio", de Custódio Mesquita e Evaldo Rui, o rasqueado "Decisão cruel", de Palmeira e o samba "Neném", de Tito Madi. Considerada uma das mais belas vozes do cast da Rádio Nacional, era com freqüência escalada para participar dos grandes musicais noturnos da emissora, dos quais eram responsáveis os grandes maestros como Radamés Gnattali, Léo Peracchi e outros. Gravou vários discos infantis pela fábrica "Carrossel", com produção de Paulo Tapajós, e na Continental, quando se juntou aos Trios Madrigal e Melodia, para cantar e contar historinhas para crianças. Na década de 1960, associou-se com o maestro Cipó e Jorge Abicalil em uma agência de jingles, vinhetas e trilhas para rádio, TV e cinema (a Tape Produções Musicais Ltda.), onde trabalhava como cantora e compositora. Em parceria com o escritor, produtor e apresentador de rádio Luiz Carlos Saroldi, compôs o tema de abertura do Projeto Minerva, apresentado pela Rádio MEC. Em 1967, gravou o LP "Canção do amor distante" pelo selo Fontana com destaque para "Sorri", de Elton Medeiros e Zé Kéti, "Faça-me o favor", de Fernando César e Britinho, "Não fique triste não", de Jorge Ben e "Veja lá", de Luiz Fernando Freire e Baden Powell. Em 1979, gravou com o Quinteto de Radamés Gnattali um disco em homenagem a Valzinho, que também participou do disco só de composições suas, com produção de Hermínio Bello de Carvalho. O disco "Valzinho - Um doce veneno" teve, além da edição brasileira, uma tiragem destinada ao mercado estrangeiro. Fez algumas apresentações nos anos 1980 com o grupo Cantoras do Rádio, ao lado de Nora Ney, Rosita Gonzales, Violeta Cavalcanti e Ellen de Lima, que lhe renderam dois CDs. Em 1999 gravou o disco "Clássicas" ao lado da cantora Jane Duboc, que também rendeu show encenado no Rio, São Paulo e outras praças brasileiras. O disco trazia entre outras, "Linda flor", de Henrique Vogeler, Marques Porto e Luiz Peixoto, "Olha", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos e "Cidade do interior", de Mário Rossi e Marino Pinto, entre outras, No mesmo período, também participou do espetáculo "Lupicínio Rodrigues", ao lado de Áurea Martins, montado em várias casas noturnas do Rio e de São Paulo. Em 2000, participou do Projeto "MPB: A História de Um Século", estrelando o primeiro da série de quatro shows no CCBB, "Do choro ao samba", ao lado de Paulo Sérgio Santos e Maria Tereza Madeira, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin. Em 2001, apresentou show no Paço Imperial no rio dem Janeiro. Em 2002, gravou pelo selo Biscoito Fino o CD "Sou apenas uma senhora que canta", dedicado à parceira de profissão Elizeth Cardoso, no qual interpretou, entre outras, "Meu consolo é você", de Roberto Martins e Nássara, "Vida de artista", de Sueli Costa e Abel Silva, "Pra machucar meu coração", de Ary Barroso, "Chão de estrelas", de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa e "Por que te escondes?", letra inédita do poeta Thiago de Mello para um choro de Pixinguinha. Em 2008 saiu pela gravadora Biscoito Fino o Cd "Zezé Gonzaga Entre Cordas", produzido por Hermínio Bello de Carvalho, com gravações nunca editadas em disco retiradas de programas de TV e de áudios inéditos de shows, acompanhada de nomes importantes como Baden Powell e Raphael Rabello.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

"LÚCIO ALVES"


Lúcio Ciribelli Alves (Cataguases, 28 de janeiro de 1927 — Rio de Janeiro, 3 de agosto de 1993) foi um cantor e compositor brasileiro.
Começou a tocar violão na infância. Criou nos anos 1940, o grupo musical Namorados da Lua, ele era o cantor, violonista e arranjador; o grupo fez sucesso e se desfez em 1947. Compôs com Haroldo Barbosa a canção De conversa em conversa e Baião de Copacabana.
No início da década de 1950 se tornou um dos cantores mais populares do rádio.
Gravou com Dick Farney - Teresa da praia (Tom Jobim/Billy Blanco), Sábado em Copacabana (Dorival Caymmi/Carlos Guinle), Valsa de uma cidade (Ismael Neto/Antônio Maria), Xodó (Jair Amorim/J M de Abreu).
Lançou o disco Lúcio Alves interpreta Dolores Duran - 1960 - homenageando a cantora que morreu em 1959.
Os discos A bossa é nossa e Balançamba, destacam-se as suas interpretações para Dindi (Tom Jobim/Aloysio de Oliveira), Samba da minha terra de Dorival Caymmi, Ah, se eu pudesse e O barquinho (Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli). Dóris e Lúcio no Projeto Pixinguinha - com Dóris Monteiro - gravadora EMI Odeon Brasil - 1978.
Romântico/A arte do espetáculo - ao vivo - gravado ao vivo no restaurante-bar Inverno & Verão - São Paulo - agosto de 1986. Foi a última gravação de Lúcio Alves.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

"TRIO IRAKITAN"


O Trio Irakitan é um conjunto vocal e instrumental, criado em 1950 por Edison Reis de França, Edinho, Paulo Gilvan Duarte Bezerril (conhecido no meio artístico como Paulo Gilvan), e por João da Costa Neto, o Joãozinho.
O primeiro nome dado ao trio foi Trio Muirakitan, escolhido por Luís da Câmara Cascudo, que significa pedra verde em tupi-guarani. Como na época já havia um trio com o mesmo nome, Câmara Cascudo resolveu criar um neologismo, rebatizando o grupo de Trio Irakitan, que, segundo Paulo Gilvan, significa mel verde, ou numa linguagem poética, doce esperança.



DISCOGRAFIA

(2003) Trio Irakitan • EMI Music • CD
(2001) Série Quatro em um - Trio Irakitan/Trio Nagô/Trio de Ouro/Tamba Trio
(2001) Trio Irakitan - Para sempre • EMI Music • CD
(2000) Explode coração • Gema • CD
(1997) Meus momentos - Trio Irakitan - volume 2 • EMI Music • CD
(1994) Meus momentos • EMI-Odeon • CD
(1993) Trio Irakitan - De coração a coração • RCA • LP
(1990) Trio Irakitan-20 boleros inesquecíveis • Som Livre • LP
(1989) Interamericana Seguros - Ritmos interamericanos en castellano • CBS • LP
(1988) Antologia do bolero • EMI/Odeon • LP
(1987) Trio Irakitan - Músicas que arrepiam • Polydisc • LP
(1985) Trio Irakitan - Quantos momentos bonitos • Barclay • LP
(1984) Trio Irakitan - Você é muito mais... • Barclay • LP
(1983) Trio Irakitan - Sempre romântico • GEMINI • LP
(1976) Trio Irakitan - Eternamente • RCA CAMDEN • LP
(1975) Trio Irakitan - Os sucessos que gostamos de cantar • Continental • LP
(1975) Trio Irakitan - 25 anos de sucessos • Odeon/Coronado • LP
(1974) Carimbo - O balanço da selva - Trio Irakitan • Continental • LP
(1974) O Trio IRAKITAN e AS GATAS - Carnaval Potiguar
(1970) Trio Irakitan - Sempre o bolero • Odeon • LP
(1970) Trio Irakitan - Sempre o bolero • Odeon • LP
(1969) Trio Irakitan - Canta sucessos • Odeon • LP
(1969) Trio Irakitan canta o sucesso • Odeon • LP
(1969) Canções para crianças de 6 a 60! - Trio Irakitan • Imperial • LP
(1968) Tira teima - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1968) Trio Irakitan • Odeon • LP
(1968) Nuestros boleros - Trio Irakitan en castellano • Odeon • LP
(1968) Trio Irakitan - Quando sai de Cuba/Embolada da mentira/Vida bacana/
(1967) A volta - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1967) Ébrio de amor/Malagueña - Trio Irakitan • Odeon • Compacto simples
(1965) 10 anos de sucessos do Trio Irakitan • ODEON • LP
(1965) Nat King Cole - A meus amigos • Capitol • LP
(1965) La cosecha de mujeres/La cumbia cienaguera - Trio Irakitan
(1964) A bossa que gostamos de cantar - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1964) Boleros e vozes que agradam milhões - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1964) Trio Irakitan - Perfídia/Marimba/Até amanhã/Helena vem me buscar • Odeon • (1963) Lá, muito além/Tômbola • Odeon • 78
(1963) Trio Irakitan • Odeon • LP
(1963) Mais uma vez boleros - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1963) Trio Irakitan - Balansamba/Camaradinho/Riacho da encruzilhada/Tão só
(1962) Perfídia/Neurastênico • Odeon • 78
(1962) Pitota/E a vida continua • Odeon • 78
(1962) Cuando calienta el sol/Sambatucamba • Odeon • 78
(1962) Trio Irakitan - Cuando calienta el sol/Porque, assim/Sambatucamba/
(1961) Gregório Barrios & Trio Irakitan • Odeon • LP
(1961) Não deixe a peteca cair/Good-good • Odeon • 78
(1961) Mais sambas que gostamos de cantar - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1961) Outros boleros que gostamos de cantar - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1961) Nós gostamos de cantar sambas - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1961) Trio Irakitan - Nossa casa de chá, chá, chá • Odeon • LP
(1960) Paz em nosso lar/Dona baratinha • Odeon • 78
(1960) Pra lá de bom/O matador • Odeon • 78
(1960) Sempre alerta - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1959) La barca/Sete notas de amor • Odeon • 78
(1959) Ai Diana/Idéias erradas • Odeon • 78
(1959) A Lapa hoje em dia/Señorita Luna • Odeon • 78
(1959) Aqueles olhos verdes/Canção da aeromoça • Odeon • 78
(1959) Outros sambas que gostamos de cantar - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1959) Os boleros que gostamos de cantar - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1958) De perna bamba/Apaixonada • Odeon • 78
(1958) Cachito/Eu vim morar no Rio • Odeon • 78
(1958) Brincando de amor/Pra que reviver • Odeon • 78
(1958) Os brasileiros na Europa -Trio Irakitan, Sivuca, Abel Ferreira, Pernambuco,
(1957) Hino ao músico/Casa mi fia • Odeon • 78
(1957) Bá/Vida, vida • Odeon • 78
(1957) Os sambas que gostamos de cantar - Trio Irakitan • Odeon • LP
(1957) As vozes e o ritmo do Trio Irakitan • Odeon • LP
(1956) Assim é o meu Rio/Siga • Odeon • 78
(1956) Dorme mamãe/A bela de Itapoan • Odeon • 78
(1956) La Rodriguez/Andorinha preta • Odeon • 78
(1956) Lendas e pregões do Brasil • Odeon • LP
(1955) Segredo/Te sigo esperando • Odeon • 78
(1955) Ave-Maria no morro/Os quindins de iaiá • Odeon • 78
(1955) Samba fantástico • Odeon • 78
(1955) Feliz Natal...Boas Festas/O Natal chegou • Odeon • 78
(1954) Contigo na distância/Sina de cangaceiro • Odeon • 78
(1954) Sinceridade/Sodade doida • Odeon • 78
(1954) Três vozes que encantam-Trio Irakitan • Odeon • LP

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"AURORA MIRANDA"


Aurora Miranda da Cunha (Rio de Janeiro, 20 de abril de 1915 — Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2005) foi uma atriz e cantora brasileira.
Estreou na Rádio Mayrink Veiga em 1932, transferindo-se logo para a Philips.
Em 1933, em seu primeiro disco, ela gravou Cai, Cai, Balão,
cantada em dupla com Francisco Alves.
Além de fazer dupla com a irmã mais famosa Carmen Miranda, Aurora também teve sucesso como cantora na década de 1930. Gravou Cidade Maravilhosa, hino oficial da cidade do Rio de Janeiro, em dupla com o compositor André Filho, em 1934.
As duas irmãs imortalizaram a canção Cantoras do Rádio (João de Barro,
Lamartine Babo e Alberto Ribeiro), no filme Alô, Alô Carnaval.
Aurora e Carmen trabalharam no cassino da Urca e moraram juntas nos
Estados Unidos da América.
No desenho animado Você Já Foi à Bahia?, de 1944, Aurora "atuou" com o Pato Donald e seus amigos, Zé Carioca e Panchito, graças a uma montagem que misturou filme e desenho animado.
Aurora trabalhou nos filmes Banana-da-terra (1939), Alô, Alô, Carnaval (1936), Estudantes (1935) e Alô, Alô Brasil (1935).
Em 1940, se casou com Gabriel Richaid e foi morar nos Estados Unidos.
Voltou para o Brasil em 1952 e, quatro anos depois, regravou um LP com oito antigos sucessos, encerrando sua carreira de mais de 80 discos de 78 rotações.
Aurora Miranda ainda voltou ao cinema em 1989, no filme Dias Melhores Virão.
Aurora Miranda , Faleceu as 15h no dia 22 de Dezembro de 2005 no Leblon foi enterrada no cemitério São João Batista,.

Sucessos



Acarajé... Ô, Ademar Santana e Leo Cardoso (com Carlos Galhardo) (1939)
Batatas Fritas, Augusto Garcez e Ciro de Sousa (1940)
Bibelô, André Filho (1934)
Cai, Cai, Balão, Assis Valente (com Francisco Alves) (1933)
Cantores do Rádio, Alberto Ribeiro, João de Barro e Lamartine Babo (c/Carmen Miranda) (1936)
Cidade Maravilhosa, André Filho (1934)
Deixa a Baiana Sambar, Portelo Juno e Valdemar Pujol (1937)
Dia Sim, Dia Não, Alberto Ribeiro (1938)
Fiz Castelos de Amores, Gadé e Valfrido Silva (1935)
Moreno Cor de Bronze, Claudionor Cruz (1934)
Onde Está o Dinheiro?, Francisco Mattoso, José Maria de Abreu e Paulo Barbosa (1937)
Risque, Ary Barroso (1952)
Roubaram Meu Mulato, Claudionor Cruz (1939)
Se a Lua Contasse, Custódio Mesquita (1933)
Sem Você, Sílvio Caldas e Orestes Barbosa (1934)
Teus Olhos, Ataulfo Alves e Roberto Martins (1939)
Trenzinho do Amor, Alberto Ribeiro e João de Barro (1937)
Vai Acabar, Nelson Petersen (1938)
Vem pro Barracão, Nelson Petersen e Oliveira Freitas (1938)
Você Só Mente, Hélio e Noel Rosa (com Francisco Alves) (1933)

domingo, 21 de agosto de 2011

ZEQUINHA DE ABREU"


José Gomes de Abreu, mais conhecido como Zequinha de Abreu (Santa Rita do Passa Quatro, 19 de setembro de 1880 São Paulo, 22 de janeiro de 1935) foi um músico, compositor e instrumentista brasileiro. Tocava flauta, clarinete e requinta. Um dos maiores compositores de choros, é autor do famoso choro "Tico-Tico no Fubá" que foi muito divulgado no Exterior nos anos 40 por Carmen Miranda. É pouco provável que a similaridade desta melodia com uma no primeiro movimento do Concerto para Piano Op.15 de Beethoven seja mera coincidência. Abreu foi organizador e regente de orquestras e bandas no interior paulista.

Zequinha de Abreu era o mais velho dos oito filhos do boticário José Alacrino Ramiro de Abreu e Justina Gomes Leitão. Sua mãe anseava para que ele seguisse a carreira de padre e o pai, desejava que se formasse em medicina. Mas aos seis anos de idade, ele já mostrava que tinha vocação para a música, tirando melodias da flauta. Ainda durante o curso primário organizou uma banda na escola, da qual ele mesmo era o regente. Com 10 anos, já tocava requinta, flauta e clarineta na banda e ensaiava suas primeiras composições.
Zequinha estudou em Santa Rita do Passa Quatro e no Colégio São Luís de Itu. Em 1894 foi para o Seminário Episcopal de São Paulo, onde aprendeu harmonia. Aos 17 anos voltou para sua cidade natal e fundou sua própria orquestra visando se apresentar em saraus, bailes, aniversários, casamentos, serestas e em cinemas, acompanhando os filmes mudos. Nessa época, fez suas primeiras composições conhecidas, como "Flor da Estrada" e "Bafo de Onça".
Aos 18 anos contraiu matrimônio com Durvalina Brasil, que tinha apenas 14 anos de idade. O casal morou por alguns meses no Distrito de Santa Cruz da Estrela, atual Jacerandi, próximo a Santa Rita. Cuidavam de uma farmácia e de uma classe de ensino primário. De volta à Santa Rita, Zequinha coordenou o trabalho da orquestra com os cargos de secretário da Câmara Municipal e de escrevente da Coletoria Estadual.

Principais composições



Tico-Tico no Fubá - choro
Branca - valsa
Tardes de Lindóia - valsa
Amando sobre o Mar - valsa
A Companhia Vera Cruz produziu o filme "Tico-Tico no Fubá", baseado em sua vida.

"WALDIR AZEVEDO"


Waldir Azevedo (Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 1923 - Brasília, 21 de setembro de 1980) foi músico e compositor brasileiro, mestre do cavaquinho e autor do choro "Brasileirinho".Waldir Azevedo foi um pioneiro que retirou o cavaquinho de seu papel de mero acompanhante no choro e o colocou em destaque como instrumento de solo, explorando de forma inédita as potencialidades do instrumento.

Waldir Azevedo nasceu de família pobre em 1923 na cidade do Rio de Janeiro,
no bairro da Piedade, e passou a infância e a adolescência no bairro do Engenho Novo. Manifestando interesse em música ainda criança, Waldir conseguiu comprar uma flauta transversal aos sete anos de idade, depois de juntar dinheiro capturando passarinhos e vendendo-os.
No carnaval de 1933, aos 10 anos de idade, apresentou-se em público pela primeira vez, como flautista, tocando "Trem Blindado", de João de Barro, no Jardim do Méier.
Já adolescente, conheceu um grupo de amigos que se reunia aos sábados para tocar e, por influência deles, acabou por trocar a flauta pelo bandolim. Pouco tempo depois trocou o bandolim pelo cavaquinho, instrumento que deixou de lado quando o violão elétrico ganhou projeção no Brasil.
Waldir sonhava ser piloto de aviões, mas problemas cardíacos o impediram de realizar seu sonho, e ele acabou empregando-se na companhia elétrica do Rio de Janeiro, a Light, até que em 1945, aos 22 anos, enquanto passava a lua de mel na cidade de Miguel Pereira, recebeu um telefonema de um amigo avisando de uma vaga no grupo de Dilermando Reis, em um programa da Rádio Clube do Brasil. Tocou no grupo durante dois anos, após o que acabou assumindo sua liderança, com a saída de Dilermando em 1947.
Durante a década de 1950 fez grande sucesso com composições como "Brasileirinho", "Pedacinhos do Céu", "Delicado", "Chiquita" e "Vê Se Gostas", e as composições de Waldir o projetaram internacionalmente. Durante 11 anos viajou com seu conjunto por países da América do Sul e Europa, incluindo duas viagens patrocinadas pelo Itamaraty na Caravana da Música Brasileira. Suas composições tiveram gravações no Japão, Alemanha e Estados Unidos, onde Percy Faith e sua orquestra atingiram a marca de um milhão de cópias vendidas com uma gravação de Delicado. Waldir chegou a participar de um programa na BBC de Londres, transmitido para 52 países.
Em 1964, com a morte de sua filha Miriam aos 18 anos, afastou-se da música. Mudou-se para Brasília em 1971, aos 48 anos, onde sofreu um acidente com um cortador de grama onde quase perdeu seu dedo anular, e foi forçado a ficar sem tocar por um ano e meio. Após cirurgias e fisioterapia, recuperou-se e voltou a gravar.
Waldir Azevedo morreu em 1980 na Beneficência Portuguesa de São Paulo em decorrência de um aneurisma da aorta abdominal, poucos dias antes de começar as gravações de um novo álbum meticuloso, Waldir ainda deixou instruções para os músicos gravadas em fita cassete. Ele tinha 57 anos

Composições mais famosas






Maresias bela vista
A tuba do vovô
A voz do cavaquinho
Alvoroço
Amigos do samba
Arrasta-pé
Baião do neném (com Paulo Jorge)
Balada oriental
Bo bo bom
Brasileirinho
Brincando com o cavaquinho
Cachopa no frevo
Camundongo (com Risadinha do Pandeiro)
Carioquinha
Cavaquinho seresteiro
Cinco malucos
Chiquita
Chorando escondido
Chorando calado
Choro doido
Choro novo em dó
Colibri
Contando tempo
Contraste (com Hamilton Costa)
Conversa fiada (com Jorge Santos)
Dançando em Brasília
Delicado
Dobrado, embrulhado e amarrado
Dois bicudos não se beijam
Flor do cerrado
Frevo da lira (com Luiz Lira)
Guarânia sertaneja
Já é demais (com Jorge Santos)
Jogadinho
Lamento de um cavaquinho
Lembrando Chopin (com Hamilton Costa)
Longe de você
Luz e sombra
Madrigal
Mágoas de um cavaquinho (com Fernando Ribeiro)
Marcha da espera
Melodia do céu
Mengo (com Edinho)
Meu prelúdio
Minhas mãos, meu Cavaquinho
Minimelodia
Moderado
Mr. Downey
Nosso amor
Para dançar
Paulistinha
Pedacinho do Céu
Piccina mia
Pirilampo
Pois não
Queira-me bem
Quitandinha (com Salvador Miceli)
Riso de criança
Sem pretensões
Sentimento chinês
Só nostalgia
Só para dois
Sonho de criança
Tema nº 1
Tempo de criança
Tic-tac
Tio Sam
Turinha
Uma saudade
Vê se gostas
Veraneando
Você
Você, carinho e amor
Vôo do marimbondo
Waldirizando

Discografia

Carioquinha/Brasileirinho (1949)
Cinco malucos/O que é que há (1950)
Quitandinha/Vai por mim (1950)
Delicado/Vê se gostas (1950)
Pisa mansinho/Pedacinho do céu (1951)
Jalousie/Camundongo (1951)
Paulistinha/Cachopa no frevo (1951)
Mágoas de um cavaquinho/Chiquita (1952)
Vai levando/Mengo (1952)
Colibri/Luz e sombra (1952)
Brincando com o cavaquinho/Dezoito quilates (1953)
Vôo do marimbondo/Ava Maria com prelúdio (1953)
Pergunte pra mamãe/Piccina mia (1953)
Tic-tac/Queira-me bem (1953)
Já é demais/Amigo do rei (1954)
Dobrado, embrulhado e amarrado (c/sua banda)/Você (c/seu conjunto) (1954)
Pretenda/Quando eu danço com você (1954)
Tio Sam/Madrigal (1954) Todamérica 78
Na baixa do sapateiro/Amigos do samba (1955)
Meu sonho/Conversa fiada (1955)
Pirilampo/Baião do neném (1955)
Para dançar/Nosso amor (1956)
Serra da boa esperança-Rancho fundo-Favela/Veraneando (1957)
Evocação/Vai com jeito (1957)
Cavaquinho maravilhoso (1957) Continental LP
Luar de Paquetá/Sentimento chinês (1958)
Sonho de criança/Tempo de criança (1958)
O apito no samba/Mr. Downey (1958)
Um cavaquinho me disse (1958)
Se você soubesse/Dançando em Brasília (1959)
Um cavaquinho na society (1959)
Contando tempo/Catete (1960)
Souvenir do carnaval (1960)
Jogadinho/Você, carinho e amor (1961)
Balada de Bat Masterson/Greenfields (1961)
Yellow bird/Bo bo bom (1961)
Moendo café/A tuba do vovô (1961)
Waldirizando (1961)
Dois abraços/Pepito (1962)
Rancho das flores/Saudade da serra (1962)
Tico-tico no fubá/A nega se vingou (1962)
Suave é a noite/Café a la italiana (1962)
Dois bicudos não se beijam. Poly e Waldir Azevedo (1962)
Esperanza/Na cadência do samba (1963)
Telstar/O passo do elefantinho (1963)
Pois não/Meu prelúdio (1963)
Longe de você (1963)
Delicado (1967)
Melodia do céu (1975)
Minhas mãos, meu cavaquinho (1976)
Waldir Azevedo (1977)
Lamento de um cavaquinho (1978)
Waldir Azevedo ao vivo (1979)
Delicado (1995)
Dois bicudos não se beijam (1995)
Meus momentos (1996)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

"GERMANO MATHIAS"


Germano Mathias (São Paulo, 2 de junho de 1934) é um cantor brasileiro,
representante do samba paulistano.
Seu grande sucesso foi "Minha nega na janela", também seu samba de estreia. Chamou a atenção por causa do jeito peculiar de interpretar os sambas, sempre de forma sincopada, e acompanhá-los tocando com uma tampa de uma lata de graxa, herança dos engraxates da Praça da Sé, com quem conviveu no início da década de 1950.
Germano também é conhecido por interpretar vários sambas de Zé Ketti. Fã de Germano, Gilberto Gil gravou em 1978 o álbum "Antologia do Samba-Choro", que traz também algumas gravações originais do sambista nascido na Rua Santa Rita, no bairro paulistano do Pari.
A maioria de seus discos saíram nas décadas de 1950 e 1960. Depois disso seus lançamentos foram cada vez mais esporádicos.
Participou dos filmes "O Preço de Vitória" e "Quem roubou meu samba".
Foi convidado para atuar na novela Brasileiras e Brasileiros, exibida pelo SBT em 1990. Em 2005 completou 50 anos de carreira e continua fazendo shows.
Em 2004 lançou "Tributo a Caco Velho", em homenagem ao compositor gaúcho que tanto o influenciou, morto em 1971. Antes, em 2003, havia lançado "Talento de Bamba".
Em CD, pode-se encontrar: "Ginga no Asfalto", de 1962; "20 preferidas.
Serviu o Exército com Rolando Boldrin, quando tinha pseudônimo de Madureira.

Discografia

Talento de bamba
20 preferidas de Germano Mathias
Germano Mathias
Samba é comigo mesmo
O Catedrático do Samba
Samba de branco
Ginga no asfalto
Hoje é batucada
Em continência ao samba
Germano Mathias
Ginga no asfalto
Antologia do samba-choro - Gilberto Gil e Germano Mathias

DVD

Ginga 2002

sábado, 2 de julho de 2011

"CARLOS GALHARDO"



Carlos Galhardo, nascido Catello Carlos Guagliardi (Buenos Aires,
24 de abril de 1913 — Rio de Janeiro, 25 de julho de 1985) foi um dos principais cantores da Era do Rádio.
Filho de italianos, Pietro Guagliardi e Saveria Novelli, teve três irmãos. Dois nascidos na Itália, uma nascida no Rio de Janeiro.
Dois meses depois de seu nascimento, a família mudou-se para São Paulo e logo após ao Rio de Janeiro.
Aos oito anos de idade, com o falecimento de sua mãe, o menino passa a viver com um parente no bairro do Estácio e aprende o ofício de alfaiate. Aos quinze anos torna-se já um oficial, apesar de não gostar do ofício. Chega até a abandonar os estudos (completou o primário) para dedicar-se à profissão.
Passou por várias alfaiatarias e numa delas trabalhou com o barítono Salvador Grimaldi, com quem costumava ensaiar duetos de ópera.
Apesar de em casa e para amigos cantarolar cançonetas italianas e árias de ópera, sua carreira iniciou em uma festa na casa de um irmão, onde encontravam-se presentes personalidades como Mário Reis, Francisco Alves, Lamartine Babo, Jonjoca e, ali, cantou para os convidados Deusa, de Freire Junior, canção do repertório de Francisco Alves. Aprovando-o, aconselharam-no a tentar o rádio. Foi então apresentado ao compositor Bororó e através deste conseguiu uma oportunidade na Rádio Educadora do Brasil onde cantou "Destino", de Nonô e Luís Iglesias. No dia seguinte foi procurado e convidado a fazer um teste na RCA Victor. Aprovado, passa a fazer parte do coro que acompanhava as gravações da gravadora.
Seu primeiro disco solo é lançado em 1933, com os frevos Você não gosta de mim, dos Irmãos Valença e Que é que há, de Nélson Ferreira.
Conhecendo o compositor Assis Valente, gravou muitas canções suas tais como Para onde irá o Brasil, É duro de se crer, Elogio da raça (em dueto com Carmen Miranda), Pra quem sabe dar valor e Boas festas, esta última seu primeiro grande sucesso.
Passou cantando por várias emissoras de rádio do Rio de Janeiro, tais como: Mayrink Veiga, Rádio Clube, Philips, Sociedade, Cruzeiro, Cajuti, Tupi, Nacional e Mundial.
Em 1935, estréia como cantor romântico com a valsa-canção Cortina de Veludo, de Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago e obtém grande sucesso.
Em sua carreira além de na RCA Victor, gravou também na Columbia, Odeon e Continental. Foi o segundo cantor que mais gravou no Brasil, cerca de 570 músicas (só perdeu para Francisco Alves).
Além das canções carnavalescas, Galhardo foi quem mais cantou temas de datas festivas, a exemplo: Boas festas, Boneca de Papai Noel (Ari Machado) e Lá no céu (Silvino Neto), Não mudou o Natal (Alcyr Pires Vermelho e Oswaldo Santiago) para o Natal; Bodas de prata (Mário Rossi e Roberto Martins) para a celebração de mesmo nome, Mãezinha querida (Getúlio Macedo e Lourival Faissal), Imagem de mãe (Othon Russo e José Nunes), Dia das mães (José Cenília e Lourival Faissal), Aniversário de mãezinha (Mário Biscardi e Newton Teixeira) e Mamãezinha (José Selma, Lourival Faissal e Maurício das Neves) para o Dia das Mães; Papai do meu coração (Lindolfo Gaya e Osvaldo dos Santos) para o Dia dos Pais; Tempo de criança (Ari Monteiro e Osvaldinho) para o Dia das Crianças; Subindo, vai subindo (Osvaldo e Valfrido Siva), Olha lá um balão (Roberto Martins e Wilson Batista), Balão do amor (Armando Nunes e Geraldo Serafim) para as festas juninas; Valsa dos noivos (Sivan Castelo Neto e José Roberto Medeiros), Para os noivos, Brinde aos noivos, Valsa dos padrinhos para noivos, Valsa dos namorados (Silvino Neto) para o Dia dos Namorados; Quarto centenário (J. M. Alves e Mário Zan) para o aniversário de São Paulo; Dentro da lua e 23 de abril (ambas de Ari Monteiro e Roberto Martins) para o dia de São Jorge; e a Canção do trabalhador (Ari Kerner) para o Dia do Trabalhador.
Participou dos seguintes filmes: Banana da terra, dirigido por J. Ruy (1938), Vamos cantar, de Leo Martins (1940), Entra na farra, de Luís de Barros (1941), Carnaval em lá maior, de Ademar Gonzaga (1955), Metido a bacana, de J. B. Tanko (1957).
Em 1945, grava juntamente com Dalva de Oliveira e Os Trovadores, a adaptação de João de Barro para a história infantil Branca de Neve e os sete anões, com canções de Radamés Gnattali.
Em 1952, passa um ano apresentando-se em Portugal.
Em 1953 a Revista do Disco deu-lhe o slogan "Rei do disco". Também ficou conhecido como "O rei da valsa", título dado pelo apresentador Blota Júnior e "O cantor que dispensa adjetivos".
Daí pra frente começou a apresentar-se por todo o Brasil, inclusive através da televisão.Em 1983, fez a sua última apresentação no espetáculo Allah-lá-ô, de Ricardo Cravo Albin, dedicado ao compositor Antônio Nássara, realizado na Sala Funarte - Sidney Miller.Carlos Galhardo faleceu com 72 anos e foi sepultado
no Cemitério de São João Batista.
Ao lado de Francisco Alves, Orlando Silva, Vicente Celestino e Sílvio Caldas, formou o quadro dos grandes cantores da era do rádio.




Principais Sucessos

Adeus, amor, Urbano Lóes, do Estudo em Mi Maior de Chopin (1946)
Alá-lá-ô, Haroldo Lobo e Nássara (1941)
A você, Ataulfo Alves e Aldo Cabral (1936)
A pequenina cruz do teu rosário, Fernando Weyne e Roberto Xavier de Castro (1947)
Boas Festas, Assis Valente (1933)
Bodas de prata, Roberto Martins e Mário Rossi (1945)
Cadê Zazá? ,Roberto Martins e Ary Monteiro (1947)
Carolina, Bonfiglio de Oliveira e Hervé Cordovil (1934)
Cortina de veludo, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1935)
Devolve, Mário Lago (1940)
E o destino desfolhou, Gastão Lamounier e Mário Rossi (1937)
Fascinação, Fermo Dante Marchetti e Armando Louzada (1950)
Gira, gira, gira, Custódio Mesquita e Ewaldo Ruy (1944)
Italiana, José Maria de Abreu, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1936)
Lenda árabe, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1937)
Linda borboleta, João de Barro e Alberto Ribeiro (1938)
Madame Pompadour, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago (1937)
Mais uma valsa… mais uma saudade, José Maria de Abreu e Lamartine Babo, (1937)
Nós queremos uma valsa, Nássara e Eratóstenes Frazão (1941)
Rapaziada do Brás, Alberto Marino (1960)
Rosa de maio, Custódio Mesquita e Ewaldo Ruy (1944)
Salão grená, Paulo Barbosa e Francisco Célio (1939)
Saudades de Matão, Jorge Galati e Raul Torres (1941)
Sei que é covardia, mas… , Ataulfo Alves e Claudionor Cruz (1938)
Será?, Mário Lago (1945)
Vela branca sobre o mar, José Maria de Abreu e Oswaldo Santiago (1937)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

"MÁRIO REIS"


Mário da Silveira Meireles Reis (Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1907 — 5 de outubro de 1981), o Bacharel do Samba, foi um popular
cantor brasileiro da era do rádio.
Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na turma de Ary Barroso (LLB, 1929),
de quem era amigo e incentivador, tendo gravado o primeiro sucesso popular de Ary, "Vamos deixar de intimidades".
Gravou muitos sucessos com Carmen Miranda e Francisco Alves, com os quais tambem se apresentou frequentemente nos anos 1930. Fizeram turnes pelo Brasil e
tambem na Argentina.
Como cantor, era famoso pela sua entonação mansa, que compensava a falta de potência vocal. O seu estilo de cantar, que ate' hoje soa moderno, é considerado um dos precursores da Bossa Nova. Muitos consideram que seu canto influenciou Joao Gilberto.
Ficou muitos anos afastado da carreira de cantor tendo voltado anos mais tarde a fazer discos. Em 1965 e 1971 gravou dois discos, sendo este o seu ultimo. No repertorio antigos sucessos de autores como Sinho, Noel Rosa e Ismael Silva
alem de uma versao de A Banda de Chico Buarque.
Em 1995 Julio Bressane fez o filme O Mandarim sobre a música popular brasileira do século 20, focando especialmente na vida e no trabalho do cantor Mário Reis.
O cantor foi representado pelo ator Fernando Eiras.




Sucessos

A razão dá-se a quem tem, Francisco Alves, Ismael Silva e Noel Rosa (1932)
A tua vida é um segredo, Lamartine Babo (1932)
Cadê Mimi?, Alberto Ribeiro e João de Barro (1935)
Chegou a hora da fogueira, Lamartine Babo, com Carmen Miranda (1933).
Dorinha, meu amor, Freitinhas (1928)
Eva querida, Benedito Lacerda e Luiz Vassalo (1934)
Filosofia, André Filho e Noel Rosa (1933)
Fita amarela, Noel Rosa, com Francisco Alves (1932)
Formosa, J. Rui e Nássara (1932)
Gosto que me enrosco, Sinhô (1929)
Isto é lá com Santo Antônio, Lamartine Babo, com Carmen Miranda (1934)
Joujoux e balangandãs, Lamartine Babo, com Mariah (1939)
Jura, Sinhô (1928)
Linda morena, Lamartine Babo (1932)
Mulato bamba, Noel Rosa (1932)
Nem é bom falar, Francisco Alves, Ismael Silva e Nilton Bastos (1931)
O que será de mim?, Francisco Alves, Ismael Silva e Nilton Bastos, com Francisco Alves (1931)
Quando o samba acabou, Noel Rosa (1933)
Rasguei a minha fantasia, Lamartine Babo (1934)
Ride, palhaço, Lamartine Babo (1933)
Se você jurar, Francisco Alves, Ismael Silva e Nilton Bastos,
com Francisco Alves (1931)
Sofrer é da vida, Francisco Alves, Ismael Silva e Nilton Bastos (1932)
Uma andorinha não faz verão, João de Barro e Lamartine Babo (1933)

domingo, 22 de maio de 2011

"CYRO MONTEIRO"


Cyro Monteiro nasceu no Rio de Janeiro, em 28/5/1913, na Estação do Rocha, sendo o quarto de nove irmãos, todos com nomes começados com “C”. Era sobrinho do grande pianista de samba Nonô (Romualdo Peixoto) e primo de Cauby Peixoto. Passou a infância e a juventude em Niterói. Cantava em festas e rodas de amigos. Fazia dueto com seu irmão Carino, inspirados na dupla Sylvio Caldas-Luiz Barbosa. Numa emergência, já que conhecia todo o repertório deles, a pedido do próprio Sylvio, foi substituir Luiz Barbosa num programa da Rádio Educadora. Isso em 1933. Preferiu, porém, não desfazer a dupla com o irmão e voltou a Niterói.

No ano seguinte, foi levado para um teste na Rádio Mayrink Veiga. Aprovado, foi escalado para um programa diurno, mas logo subiria para os noturnos, com Carmem Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Custódio Mesquita, Noel Rosa, Gastão Formenti e outros artistas de renome. Se Luiz Barbosa marcava o ritmo no chapéu de palha e Joel de Almeida foi seu seguidor, Cyro descobriu na caixa de fósforo sua característica “instrumental”.

Alias, Luiz Barbosa e Joel Almeida tiveram pouco depois outro grande seguidor e parceiro de Cyro: Dilermando Pinheiro, considerado por muitos ao fazer shows com Cyro seu melhor parceiro nos palcos; o que fez Cyro certa vez comentar com a esposa Lú após mais uma fuga de Dilermando do hotel “a la Tim Maia” antes de um show de ambos, e Lú lhe aconselhando que em razão das muitas “sumidas” de Dilermando desfizesse a dupla, ao que retrucou lacônico : — “Não posso Lú, o homem é insubstituível !!! ”





Como também das muitas de suas tiradas engraçadas que faziam a diversão dos amigos que disse quando Carmem Miranda ao ouvi-lo cantar ; que além de ter a voz bela e aveludada que ele era o sambista que melhor cantava os sambas da época , Cyro confessou à amigos que ao ouvir este elogio da grande e bela Carmem ficou “louro de olhos azuis”.
Gravou o primeiro disco na Odeon, para o carnaval de 1936, com os sambas “Vê Se Desguia” e “Perdoa”, sem maior repercussão, mesmo porque o ano foi concorridíssimo. Em meados de 1938, grava o samba “Se Acaso Você Chegasse” (Lupicínio Rodrigues/Felisberto Martins), que abre o caminho para ele e Lupicínio. Era seu primeiro disco na RCA Victor. Cyro tinha voz, ritmo, sabia modular e improvisar. Notável também era sua capacidade de fazer amigos, por causa do seu calor humano e infinita bondade.
Como parte desta bondade apregoada pelo grande Vinicius, tinha sempre em um dos bolsos dinheiro trocadinho e balas para dar as crianças que sempre o paravam na rua Silveira Martins no Catete onde morava e no outro dinheiro a mais para emprestar a algum amigo necessitado que sempre aparecia.
Na contracapa do LP “Senhor Samba”, lançado por Cyro pela gravadora Columbia, em 1961, Vinicius de Moraes definiu: “Cyro, pra lá do cantor e do homem excepcional, é um grande abraço em toda a humanidade”.
Cyro era apelidado de “Formigão” pelos amigos e também era conhecido como “O Cantor das Mil e uma Fãs”. Grande torcedor do Flamengo, era respeitado até mesmo pelos simpatizantes de times adversários. Morreu no Rio, em 13/7/1973, aos 60 anos. Foi sepultado no Cemitério São João Batista, “ao som da marcha do Flamengo, cantada por integrantes da torcida jovem, coberto com a bandeira do clube e da Estação Primeira de Mangueira”.

sábado, 2 de abril de 2011

"CONSUELO VELÁSQUEZ"


Consuelo Velásquez Torres (Ciudad Guzmán/Zapotlán el Grande,
Jalisco, 21 de agosto de 1924 – Cidade do México, 22 de janeiro de 2005)
foi uma pianista e compositora mexicana que fez estrondoso sucesso
no Brasil nas décadas de 40 e 50 com a música Bésame Mucho.
Bésame mucho é também conhecida como Kiss Me Much, Kiss Me a Lot, Kiss Me Again and Again, Embrasse-Moi e Stale Ma Boskavaj.
A canção foi traduzida a mais de 20 idiomas e chegou também a ser um ícone dentro da música popular mexicana.
A canção: "Beija-me muito [Besame mucho]", chegou a ser gravada por diversos cantores populares do Brasil, entre eles Teixeirinha e Raul Gil.
Em 1976, a canção chegou a fazer parte da trilha sonora do filme:
"Carmen, a Cigana", estrelado por Teixeirinha.





Algumas canções

Amar y vivir (bolero)
Bésame mucho
Cachito
Corazón (bolero)
Franqueza (bolero)
Verdad amarga (bolero)

sábado, 12 de março de 2011

"DÉO"


Cantor e compositor nascido em 10.01.1914, Rio de Janeiro RJ, DEO (Ferjalla Rizkalia), filho de comerciante, em 1933 mudou-se com a família para São Paulo SP. Trabalhava no comércio e estudava contabilidade, mas gostava de cantar tangos em festas e serenatas, numa das quais conheceu o maestro Gaó, que o convidou para um teste na Rádio Cruzeiro do Sul.
Passou a atuar num programa de amadores da emissora, sendo anunciado por Celso Guimarães, que lhe deu o nome artístico de Déo.
Em fins de 1934 empregou-se como discotecário na Rádio Record.
Em 1936 já participava como cantor de alguns programas da emissora, gravando no mesmo ano seu primeiro disco, na Columbia: o samba-choro Cantando (João Pacifico)
e o samba-canção Vendedora de flores (Ari Machado).
Mais tarde obteve relativo sucesso com Um Amor que passou (uma das primeiras composições de Adoniran Barbosa, em parceria com Frazâo) e, para o Carnaval de 1938, Falseta negra (adaptação do hino "Fascetta nera").

Em fins do mesmo ano foi contratado pela Odeon e em dezembro gravou a marchinha carnavalesca A Casta Susana (Ari Barroso e Alceu Pires Vermelho) e Viver assim não é vida (Ari Barroso). O disco, lançado em princípios de 1939, obteve grande sucesso, e a marchinha foi uma das mais cantadas no Carnaval daquele ano.
Gravou mais doze discos na Odeon, destacando-se a marcha Veneno (Ari Barroso e Alcir Pires Vermelho), para o Carnaval de 1940, a marcha Princesinha (Malfitano e Frazão) e o samba Ranchinho desfeito (Donga e Davi Nasser), todos do mesmo ano.
Por essa época já era Cantor bem sucedido, sendo inclusive apelidado de "O Ditador de Sucessos" e convidado a se apresentar na rádio carioca.
Ainda em 1940 tornou-se conhecido como compositor, com a gravação da valsa Súplica (com Otávio Gabus Mendes e José Marcilio), lançada com grande sucesso por Orlando Silva em disco da Victor.
Morou em seguida durante dois anos cm São Paulo, e de volta ao Rio de Janeiro passou a integrar o elenco da Rádio Tupi.
Em março recomeçou a gravar na Columbia, lançando, entre outras, A Morena que eu gosto (Marino Pinto e José Batista), O Sorriso do presidente (Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho).
No mesmo ano excursionou ao Nordeste com grande sucesso e gravou Mulher de luxo (Newton Teixeira e Édelir Gameiro), a valsa Eu te agradeço (Mário Lago e Benedito Lacerda), o samba-exaltação Brasil, usina do mundo (João de Barro e Alcir Pires Vermelho), Até parece que eu sou da Bahia (Roberto Martins e José Batista), este um dos maiores êxitos de sua carreira.
Em 1943, entre outros sucessos, lançou os sambas Pra machucar meu coração (Ari Barroso) obteve destaque, e Reconciliação (Marino Pinto e Valdemar Gomes).
No fim do mesmo ano, pela Continental, gravou, entre outras, Luar de Paquetá (Freire Júnior e Hermes Fontes) e Ó Susana (adaptação de João de Barro e Radamés Gnattali), ambas em dueto com Dircinha Batista, para o Carnaval de 1944.
Seu maior sucesso desse ano foi Terra seca (Ari Barroso), gravado nos dois lados de um 78 rpm, tendo lançado ainda, entre outros, o choro Cochichando (de Pixinguinha, com letra de João de Barro e Alberto Ribeiro) e a fantasia Sinfonia do café (Humberto Teixeira).
Em 1945 destacou-se com o samba Eu nasci no morro (Ari Barroso) e, no ano seguinte, obteve êxito no Carnaval com a marcha Ela era boa (Alberto Ribeiro e Roberto Roberti).
Em 1947 seu grande sucesso foi Nervos de aço (Lupicinio Rodrigues), que se transformou num dos maiores destaques de sua carreira.
Por essa época seus sucessos começaram a rarear, embora continuasse gravando muito até 1951, ano em que passou para a Sinter, onde ficou até 1953, período em que obteve êxito com o samba Iaiá da Bahia (Ari Barroso).
Em 1953 transferiu-se para a gravadora Todamérica, lançando poucos discos, e no ano seguinte, pela CBS, alcançou seu ultimo grande sucesso com Piano alemão versão de Júlio Nagib).

Continuou cantando em rádio e gravou LPs, passando a trabalhar como diretor artístico da etiqueta "Rádio" até 1961, cargo que ocupou também no ano seguinte, na marca Estúdio F. Doze dias antes de morrer, regravou para o fascículo da Abril Cultural sobre Haroldo Lobo, da "História da música popular brasileira", os sambas da dupla Haroldo Lobo e Wilson Batista, Alô, paneiro (não é economia) e E o cinqüenta e seis não veio, gravados originalmente por ele mesmo em 1943 e 1944.
Déo feleceu em 23/09/1971.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

"BANDO DE TANGARÁS"


Bando de Tangarás foi um conjunto vocal e instrumental organizado no Rio de Janeiro em 1929. Seus integrantes eram Almirante (pandeiro e vocal), Braguinha (violão e vocal), Henrique Brito (violão), Noel Rosa (violão) e Alvinho (violão e vocal).
Inspirados nos conjuntos regionais de enorme sucesso na época como Os Turunas Pernambucanos e Os Turunas da Mauricéia, em 1928, os alunos do Colégio Batista, na Tijuca, Rio de Janeiro, entre eles Braguinha, Alvinho e Henrique Brito, formaram o conjunto amador intitulado Flor do Tempo, que, apesar de carioca, divulgaria igualmente cocos e emboladas. Mais tarde, o cantor Almirante ingressa no grupo. Faziam pequenas apresentações em espetáculos amadoristas, festivais beneficentes e festas familiares, principalmente na residência do empresário Eduardo Dale, diretor da Casa Pratt (máquinas registradoras importadas), onde surgiu o nome do grupo.
A convite do governador do Espírito Santo, o conjunto
chegou a apresentar-se em Vitória.

Convidados a gravar um disco na Odeon, no ano seguinte admitem então um outro bom violonista de Vila Isabel, Noel Rosa, o mais jovem, e formam um novo conjunto, o Bando de Tangarás. O nome foi inspirado na lenda dos tangarás, pássaros “cantadores” e “dançarinos” que, sempre em grupo de cinco, quatro formando roda e o quinto no centro (personificado no conjunto por Almirante), saltitando, cantam e dançam alegremente. Gravam então seu primeiro disco na Parlophon (subsidiária da Odeon)
com o samba Mulher exigente, de Almirante.
Braguinha sugeriu certa feita, que cada um dos integrantes adote um pseudônimo com nome de pássaro. Braguinha passa a ser então João de Barro, nome com o qual é conhecido até hoje. Braguinha ficou sozinho pois a mudança de nome não
foi adotada pelos outros tangarás.
Em 1930, o grupo admitiu novos instrumentistas, os violonistas Manoel de Lino e Sérgio Brito e os ritmistas Abelardo Braga e Daniel Simões.
Ainda em 1930, cantando quatro músicas, participaram do filme
Coisas Nossas, de Wallace Downey.
O grupo se dissolveu em 1933 e seus integrantes prosseguiram carreiras individuais.

domingo, 2 de janeiro de 2011

"CARTOLA"


Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola,
(Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1908 — Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1980)
foi um cantor, compositor e violonista brasileiro.
Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete, mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto pela música e pelo samba ainda moleque e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho e violão.Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então
começava a despontar uma incipiente favela.
Na Mangueira, logo conheceu e fez amizade com Carlos Cachaça - seis anos mais velho -e outros bambas, e se iniciaria no mundo da boemia, da malandragem e do samba.
Com 15 anos, após a morte de sua mãe, abandonou os estudos - tendo terminado apenas o primário.Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento que caía de cima. Por usar esse chapéu,
ganhou dos colegas de trabalho o apelido "Cartola".

Junto com um grupo amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira.
Ele compôs também o primeiro samba para a escola de samba,
"Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram na década de 1930,
em vozes ilustres como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves,
Mário Reis e Silvio Caldas.
Mas no início da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, além do sambista ter brigado com amigos da Mangueira, contraído uma grave doença - especula-se que seja meningite - ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia.
Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto
(mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador de carros em Ipanema. Graças a Porto, Cartola voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados.
A partir daí, o compositor é redescoberto por uma nova safra de intérpretes.
Em 1964, o sambista e sua nova esposa, Dona Zica, abriram um restaurante na rua da Carioca, o Zicartola, que promovia encontros de samba e boa comida, reunindo a juventude da zona sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego publico
e compondo seus sambas.
Em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo,
e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como
"As Rosas Não Falam", "O Mundo é um Moinho", "Acontece", "O Sol Nascerá"
(com Elton Medeiros), "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça),
"Cordas de Aço", "Alvorada" e "Alegria". No final da década de 1970,
mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte, em 1980.
Era o primogênito dos oito filhos do casal Sebastião Joaquim de Oliveira
e Aída Gomes de Oliveira. Apesar de ter recebido o nome de Agenor, foi registrado como Angenor - fato que só viria a descobrir muitos anos mais tarde, ao tratar dos papéis para seu casamento com Dona Zica na década de 1960.
Para não ter que providenciar a mudança do nome em cartório, a partir de então passou a assinar oficialmente seu nome como Angenor de Oliveira.
Nascido no bairro carioca do Catete, onde também passou parte de sua infância. Quando tinha oito anos, sua família se mudou para as Laranjeiras, onde ele se tornou torcedor do time do bairro, o Fluminense.Lá nas Laranjeiras, entrou em contato com os ranchos carnavalescos União da Aliança e Arrepiados - neste último tocava cavaquinho (instrumento musical que lhe tinha sido dado pelo pai quando tinha somente 8 ou 9 anos de idade) e nos desfiles do Dia de Reis, em que suas irmãs saíam em grupos de "pastorinhas".Era tão entusiasmado pelo Arrepiados que ao participar, mais tarde, da fundação da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, sugeriu que as cores daquele rancho - o verde e o rosa - fossem as mesmas da nascente agremiação, que seria um símbolo dos mais reverenciados no mundo do samba.
Na verdade, Carlos Cachaça disse que tinha existido no Morro da Mangueira
um antigo rancho chamado Caçadores da Floresta,
cujas cores eram exatamente o verde e o rosa.
Em 1920, na MangueiraEm 1919, movidos por dificuldades financeiras, os Oliveira foram para o morro da Mangueira, então uma pequena e nascente favela com menos de cinquenta barracos.Logo, conheceria e se tornaria amigo de outro morador da Mangueira, Carlos Cachaça, seis anos mais velho que Cartola, e que se tornaria, além de amigo por toda a vida, o seu parceiro mais constante em dezenas de sambas.
Quando tinha 15 anos, abandonou os estudos (tinha concluído apenas o quarto ano primário) para trabalhar, ao mesmo tempo em que se inclinava para a vida boêmia.
Na adolescência, trabalhou como aprendiz de tipógrafo, mas logo se transformou em pedreiro. Foi enquanto trabalhava nas obras de construção, que ele ganharia o apelido com que se tornaria reconhecido como um dos grandes nomes da música popular brasileira.Para que o cimento não lhe caísse sobre os cabelos, resolveu passar a usar um chapéu-coco, que os colegas diziam parecer mais uma cartolinha, e assim, começou a ser chamado de "Cartola".
Tinha 17 anos quando sua mãe morreu. Pouco depois, após conflitos crescentes com o pai, inimigo da malandragem, acabou expulso de casa. Levou então por algum tempo uma vida de vadio, bebendo e namorando, frequentando zonas de prostituição e contraindo doenças venéreas, perambulando pelas noites e dormindo em trens de subúrbio.
Esses hábitos o levaram a se enfraquecer fisicamente, adoecido e mal-alimentado,
na cama de um pequeno barraco.Uma vizinha do seu barraco chamada Deolinda – uma mulher gorda, forte e boa, sete anos mais velha, casada e com uma filha de dois anos – passou a cuidar e a gostar dele. Os dois acabam se envolvendo.
Tinha na época apenas 18 anos e estava morando sozinho.
Decidem viver juntos e Deolinda deixa o marido, levando a filha que o
compositor irá criar como sua.

O surgimento do sambista

O barraco dividido por Cartola e Deolinda era habitado por mais gente, todos sustentados pela dona de casa, que lavava e cozinhava para fora. Sob seu teto e de Deolinda, Noel Rosa foi se abrigar algumas vezes, à procura de um refúgio tranqüilo.Cartola exercia a atividade de pedreiro apenas esporadicamente, preferindo assumir o ofício de compositor e violonista nos bares e tendas locais.
À época, já se firmava como um dos maiores criadores do morro, ao lado do grande amigo Carlos Cachaça e Gradim.
Com estes e outros compositores, Cartola integrava uma turma de brigões e arruaceiros que, não por acaso, formaram o Bloco dos Arengueiros, em 1925, para brincar o carnaval. Esse bloco seria o embrião da Estação Primeira de Mangueira.
A ampliação e fusão do bloco com outros existentes no morro, gerou, em 28 de abril de 1928, a segunda escola de samba carioca e uma das mais tradicionais da história do carnaval da cidade.Cartola, um dos seus sete fundadores (também assumiu a função de diretor de harmonia da escola, em que permaneceu até fins da década de 1930); Estação Primeira, porque, contando a partir da Central do Brasil, o morro de Mangueira ficava a primeira estação de trem de um lugar em que havia samba.
Cartola compôs "Chega de Demanda", o primeiro samba escolhido para o desfile e que só seria gravado pelo compositor em 1974, para o disco
"História das Escolas de Samba: Mangueira".

No início da década de 1930, Cartola se tornou conhecido fora da Mangueira, quando foi procurado por Mário Reis, através de um estafeta chamado Clóvis Miguelão que subira o morro para comprar uma música.O sambista vendeu os direitos de gravação do samba "Que Infeliz Sorte", que acabou sendo lançado por Francisco Alves, pois não se adaptava à voz de Mário Reis. Assinava então Agenor de Oliveira.
Vendeu outros sambas a Francisco Alves, maior ídolo da música brasileira na época, cedendo apenas os direitos sobre a vendagem de discos. Neste comércio – que serviu para projetá-lo entre os sambistas na cidade –, Cartola conservava
a autoria e não dava parceria a ninguém.

“ O rapaz foi lá e disse: "Cartola, vem cá. O Mário Reis tá aí, queria comprar um samba teu". "O quê? Comprar samba? Você tá maluco, rapaz? (...) Eu não vou vender coisa nenhuma." (...) Ele disse: "Quanto é que você quer pelo samba?". Eu virei pro cara, no cantinho, disse assim: "Vou pedir 50 mil réis". "O quê, rapaz? Pede 500." (...) Com muito medo, pedi 500 contos. "Não, dou 300. Tá bom?" Eu disse assim:
"Bom, me dá esses 300 mesmo". Mas com muito medo (...) Mas botou meu nome direitinho, legal (...). Ele comprou, mas não deu para a voz dele.
Então gravou Chico, Francisco Alves. ”
— Cartola, sobre o samba "Que Infeliz Sorte", Almanaque da Folha


Em 1932, Francisco Alves e Mário Reis gravaram outro samba seu, "Perdão, Meu Bem". Também remonta àquela época a amizade e a parceria que Cartola estabeleceu com Noel Rosa. Com o "poeta de Vila Isabel", compôs "Tenho Um Novo Amor", interpretada por Carmen Miranda, "Não Faz, Amor" e "Qual Foi o Mal Que Eu Te Fiz", interpretadas por Francisco Alves. Ainda naquele ano, Sílvio Caldas lançou "Na Floresta"
(de autoria de Cartola, do próprio Sílvio e ainda a primeira composição em parceria com Carlos Cachaça).Também em 1932, a Mangueira foi campeã do desfile promovido pelo jornal "O Mundo Esportivo" com o samba "Pudesse Meu Ideal"
(sua primeira parceria com Carlos Cachaça).
Em 1933, Cartola viu pela primeira vez um samba seu se tornar sucesso comercial: "Divina Dama", novamente na voz de Francisco Alves. Arnaldo Amaral gravou "Fita Meus Olhos" (com B. Vasquez), canção que encerrava o breve ciclo inicial de gravações de composições suas. A partir dali, o sambista passou a compor exclusivamente para a sua escola no morro, marginalizando-se do círculo artístico e de produção discográfica da cidade.
Em 1935, novamente a Mangueira teve premiado no desfile um samba de Cartola,
"Não Quero Mais" (feito com Carlos Cachaça e Zé da Zilda), que foi gravado, em 1936, por Araci de Almeida e regravado, em 1973, por Paulinho da Viola,
com o título alterado para "Não Quero Mais Amar A Ninguém".
Em 1940, Cartola foi convidado pelo maestro e compositor erudito Heitor Villa-Lobos, seu admirador, a formar um grupo de sambistas - entre eles, Donga, Pixinguinha, João da Baiana - para fazer algumas gravações de música popular brasileira para outro maestro mundialmente famoso, o norte-americano Leopold Stokowski (que percorria a América Latina recolhendo músicas nativas), realizadas a bordo do navio Uruguai (ancorado no pier da Praça Mauá, no Rio de Janeiro).Dos sambas que Cartola gravou a bordo do navio, "Quem Me Vê Sorrindo" (composto com Carlos Cachaça) saiu em um dos quatro discos de 78 rpm, lançados comercialmente apenas nos Estados Unidos pela gravadora Columbia.Além da sua primeira gravação, foi registrado nesse álbum o coro da Mangueira com as vozes de Dona Neuma e de suas irmãs, a clarineta de Luís Americano, emboladas de Jararaca e Ratinho, a flauta de Pixinguinha, além das participações de Donga e João da Baiana e um arranjo de
Villa-Lobos para o tema indígena Canidé Joune.
Popular, Cartola também atuou como cantor na rádio, apresentando músicas suas e de outros compositores. Ainda em 1940 criou com Paulo da Portela, o programa A Voz do Morro, na Rádio Cruzeiro do Sul, no qual apresentavam sambas inéditos, cujos títulos deviam ser dados pelos ouvintes. Assim, o programa premiava o ouvinte que tivesse sugerido o título escolhido para o samba. Em 1941, formou, junto com Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres, o Conjunto Carioca, que durante um mês realizou apresentações em um programa da Rádio Cosmos, da cidade de São Paulo.
Em 1942, "Não Posso Viver Sem Ela" (parceria com Alcebíades Barcellos)
foi lançada no famoso disco "Ai Que Saudades da Amélia", de Ataulfo Alves.

“ Gosto de fazer samba de dor de cotovelo, falando de mulher, de amor, de Deus, porque é isso que acho importante e acaba se tornando uma coisa importante ”
— Cartola, comentando sua obra, Almanaque da Folha


Nos anos seguintes, Cartola participou pouco no cenário musical.
Entre suas poucas atuações artísticas, o sambista apareceu como corista da gravação de alguns cantores na Colúmbia e chegou a se apresentar com um grupo
de morro no Cassino Atlântico.
Com a nova direção da Estação Primeira de Mangueira antipática a Cartola, o sambista viu seu samba ser desqualificado pelo júri que julgou as músicas concorrentes ao enredo que representaria a escola de samba no carnaval de 1947. Para piorar, ele contraiu meningite, ficando três dias em estado de coma e um ano andando de muleta. Com vergonha da condição de doente, acabou se mudando para Nilópolis.
Foi cuidado por Deolinda, mas pouco depois assistiu à morte da mulher, vitimada por um ataque cardíaco.Com a morte de Deolinda, deixou o Morro da Mangueira.
Por um período de cerca de sete anos, andou desaparecido dos seus conhecidos.
Fora do ambiente musical, muitos pensavam até que tivesse morrido.
Chegou-se a compor sambas em sua homenagem. Em 1948, a Mangueira sagrou-se campeã do carnaval do Rio de Janeiro com seu samba-enredo "Vale do São Francisco"
(com Carlos Cachaça).
Cartola vivia um período difícil em sua vida. Sem mais a atenção de Deolinda e o prestígio no morro da Mangueira, o sambista morava em uma favela no bairro do Caju, com uma mulher chamada Donária. Data dessa época a composição
"Fiz Por Você o Que Pude", dedicada a Mangueira.

Cartola conseguiu trabalhos modestos, como o de lavador de carros e vigia de edifícios. Mas a entrada em cena de uma nova - e definitiva - mulher em sua vida alterou o seu destino. Quando Eusébia Silva do Nascimento, mais conhecida como Zica, o encontrou, o sambista estava em um estado lastimável, entregue à bebida, desdentado e sobrevivendo de biscates - sem contar ainda um problema no nariz, que tinha se tornado demasiadamente grande, devido a uma afecção denominada rinofima. Apesar disso, Zica, antiga admiradora de Cartola, se apaixonou por ele,
conquistando-o.Zica o levou de volta ao morro da Mangueira, onde o casal se instalou em uma casa na subida do morro, perto da quadra da escola de samba e
próximo da casa de Carlos Cachaça e Menina (irmã de Zica).
Com Zica, Cartola viveria até o fim de seus dias, sem, no entanto, deixar filhos.
Mesmo sumido, Cartola ainda foi lembrado em 1952, quando Gilberto Alves gravou o samba-canção "Sim" (parceria com Oswaldo Martins).

Os bons tempos do Zicartola

Em 1957, Cartola trabalhava como vigia e lavador dos carros dos moradores de um edifício em Ipanema. Nessa função, foi identificado em uma madrugada pelo jornalista Sérgio Porto (ou Stanislaw Ponte Preta), sobrinho do crítico musical Lúcio Rangel (que havia dado ao sambista, anos antes, o apelido de "Divino Cartola").
Ao ver o compositor magro e maltrapilho em um macacão molhado, Stanislau decidiu ajudá-lo, começando por divulgar a redescoberta, que fizera, do sambista.
Àquela altura, Cartola era dado como desaparecido ou mesmo morto por muitos de seus conhecidos e admiradores. O reencontro com o jornalista foi definitivo para a retomada de sua carreira como músico e compositor.
A promoção rendeu algumas apresentações na Rádio Mayrink Veiga e em restaurantes, além de matérias em jornais e revistas. Sérgio também arranjou para o sambista, por meio do cronista e pesquisador Jota Efegê, um emprego de contínuo no jornal Diário Carioca em 1958 e, no ano seguinte, no Ministério da Indústria e Comércio.
Em 1958, foram gravados seus sambas "Grande Deus" e "Festa da Penha", respectivamente por Jamelão e Ari Cordovil. Em 1960, Nuno Veloso gravou
"Vale do São Francisco" (parceria com Carlos Cachaça).
No início da década de 1960, Cartola se tornou zelador da Associação das Escolas de Samba, localizada em um velho casarão no centro do Rio de Janeiro, que se tornou um ponto de encontro de sambistas de toda a cidade. Além das rodas de samba no local, Zica - uma exímia cozinheira - passou a servir uma sopa aos participantes. Estimulado por amigos, Cartola e Zica resolveram aplicar a fórmula música-comida em um sobrado da rua da Carioca, também na zona central da cidade, em 1963.
A iniciativa contou com o apoio financeiro de empreendedores considerados "mangueirenses de coração", como o empresário Renato Augustini.
O Zicartola se tornou um marco na história da música popular brasileira no início das década de 1960. Além da boa cozinha administrada por Zica, Cartola fazia as vezes de mestre de cerimônias, propiciando o encontro entre sambistas do morro e compositores e músicos de classe média, especialmente ligados à Bossa Nova, além de poetas-letristas como Hermínio Bello de Carvalho e jornalistas musicais como Sérgio Cabral. Velhos bambas, como Nelson Cavaquinho e Zé Kéti, se juntavam a novos talentos, como Élton Medeiros e Paulinho da Viola.Além da presença constante de alguns dos melhores representantes do samba de morro, diferentes gerações de cantoras se encontravam ali, como Elizeth Cardoso e Nara Leão.
No Zicartola, desafiado pelo amigo Renato Agostini, Cartola compôs com Elton Medeiros em cerca de 30 minutos o samba "O Sol Nascerá", que se tornaria um de seus grandes clássicos. A mesma facilidade para compor experimentaria em "Alvorada" um samba feito a seis mãos. Compusera com Carlos Cachaça a primeira parte de um samba que decidiram mostrar a Hermínio Bello de Carvalho, que escreveu então os versos da segunda parte, que ele musicou na hora.
Moda no Rio de Janeiro, o Zicartola inaugurou um gênero de casa noturna que viria a se propagar nas décadas seguintes. Apesar disso, o bar durou pouco e, mal-administrado, fechou as portas após dois anos de existência, pois seu dono definitivamente não tinha tino comercial. Em 1974, um bar chamado Zicartola foi aberto no bairro paulistano de Vila Formosa.
Ainda em 1964, Cartola e Zica se casaram oficialmente (às vésperas do casamento,
ele compôs "Nós Dois" para ela), e o sambista atuou no filme "Ganga Zumba" (de Carlos Diegues), no papel de um escravo (já havia atuado discretamente em
"Orfeu Negro" e ainda participaria de "Os Marginais").O samba "O Sol Nascerá" foi gravado por Isaura Garcia.
Em 1965, foi lançado o álbum com gravações do Show Opinião, no ano anterior, realizado entre Zé Keti, João do Vale e Nara Leão - esta incluíu "O Sol Nascerá"
(de Cartola e Elton Medeiros) no repertório do LP.Esta gravação tornou Cartola, assim como outros sambistas de seu círculo, conhecidos pelo público de classe média da época, projetando-os profissionalmente. Em consequência do prestígio que ganhou, Cartola chegou a ter seu nariz retocado pelo célebre cirurgião plástico Ivo Pitanguy.Pery Ribeiro e Bossa Três também regravam "O Sol Nascerá".
Ainda em 1965, Cartola iniciou a construção de uma casa (verde e rosa) ao pé do morro da Mangueira, em terreno doado pelo então Estado da Guanabara.
Naquele mesmo ano e no seguinte, fez participação em dois discos de Elizeth Cardoso, que gravou o samba "Sim" (parceria com Oswaldo Martins e Leny Andrade).
Ainda em 1966, gravou com Clementina de Jesus seu samba "Fiz por você o que pude".
Em 1968, participou em duas faixas do LP "Fala, Mangueira", que reuniu, além dele, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Clementina de Jesus e Odete Amaral. Também naquele ano, Cartola gravou com Odete Amaral "Tempos Idos" (parceria com Carlos Cachaça) e Ciro Monteiro gravou "Tive Sim".
Em 1970, Cartola protagonizou uma série de apresentações promovidas pela União Nacional dos Estudantes, intituladas "Cartola Convida", na praia do Flamengo, onde recebia grandes nomes do samba. Também naquele ano, a Abril Cultural lançou um volume dedicado à sua obra na série "História da música popular brasileira", no qual o sambista interpretou "Preconceito" (de sua autoria). Em 1972, Paulinho da Viola gravou "Acontece" e Clara Nunes gravou "Alvorada" (com Carlos Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho). Em 1973, Elza Soares gravou
"Festa da Vinda" (parceria com Nuno Veloso).
Mas a consagração definitiva viria somente em 1974, alguns meses antes de completar 66 anos, quando o sambista finalmente gravou seu primeiro disco-solo. Cartola, lançado em uma iniciativa do pesquisador musical, produtor de discos e publicitário Marcus Pereira. O disco, que recebeu vários prêmios e foi considerado um dos melhores daquele ano,reunia uma coleção de obras-primas de Cartola e uma equipe de instrumentistas de primeira linha no acompanhamento. O sambista interpretou "Acontece", "Tive Sim", "Amor Proibido" e "Amor Proibido" (canções de autoria própria), "Disfarça E Chora" e "Corra E Olhe O Céu" (parceria com Dalmo Casteli), "Sim" (com Oswaldo Martins), "O Sol Nascerá" (com Élton de Medeiros), "Alvorada" (com Carlos Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho),
"Festa Da Vinda" (com Nuno Veloso), "Quem Me Vê Sorrindo"
(com Carlos Cachaça) e "Ordenes E Farei" (com Aluizio).
Também em 1974, a mesma gravadora Marcus Pereira lançou o LP "História das escolas de samba: Mangueira", no qual Cartola interpretou algumas faixas. Pouco depois, durante uma entrevista ao radialista e produtor Luiz Carlos Saroldi, em um programa especial para a Rádio Jornal do Brasil, apresentou dois sambas ainda inéditos: "As Rosas Não Falam" e "O Mundo é um Moinho". Ainda naquele ano, o sambista participou do programa radiofônico "MPB - 100 ao vivo" - os programas foram editados em oito LPs com o mesmo título e em um dos álbuns ocupou todo um lado, deferência só concedida a dois outros convidados, Luiz Gonzaga e Paulinho da Viola - e se apresentou no bairro carioca de Botafogo, em que atuou ao lado da cantora Rosana Tapajós e do flautista Altamiro Carrilho.Gal Costa regravou "Acontece".

Logo depois, em 1976, a mesma gravadora lançou o segundo LP, também intitulado Cartola. O sucesso do álbum foi puxado por uma de suas mais famosas criações, "As Rosas Não Falam", incluída na trilha sonora de uma novela da Rede Globo. Ainda em seu segundo disco, Cartola interpretou suas composições "Minha", "Sala de Recepção", "Aconteceu", "Sei Chorar", "Cordas de Aço" e "Ensaboa". Gravou também as canções "Preciso me encontrar" (de Candeia), "Senhora tentação" (de Silas de Oliveira) e "Pranto de Poeta" (de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. Também nesse ano, Clementina de Jesus gravou "Garças Pardas" (parceria com Zé da Zilda).

A grande popularidade obtida pelo samba levou Cartola a uma divulgação inédita de seu trabalho. Realizou seu primeiro show individual, no Teatro da Galeria, no bairro do Catete, acompanhado pelo Conjunto Galo Preto. O show foi um sucesso de público e se estendeu por quatro meses em várias partes do país.

Em 1977, o sambista dividiu com um novo parceiro, Roberto Nascimento, uma turnê por palcos do Sesc, no interior de São Paulo.Em meio ao grande sucesso, Cartola voltou a desfilar pela Mangueira, após 28 anos de ausência no desfile de carnaval. O seu samba "Tive, Sim" foi defendido por Ciro Monteiro na I Bienal do Samba, promovida pela TV Record, e terminou classificado em quinto lugar no concurso.
Também foi convidado pela Prefeitura de Curitiba para integrar o juri do desfile das escolas de samba locais, onde, pela primeira e única vez julgou um desfile das escolas. Beth Carvalho gravou com sucesso "O mundo é um moinho". Em junho de 1977, a Rede Globo apresentou o programa "Brasil Especial" número 19, dedicado exclusivamente a Cartola, e que obteve grande êxito. Em setembro daquele mesmo ano, o sambista participou (acompanhado por João Nogueira) do "Projeto Pixinguinha", no Rio de Janeiro,e depois em uma excursão pelas principais cidades brasileiras. O sucesso do espetáculo os levou a excursionar por São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Ainda em 1977, em outubro, a gravadora RCA lançou "Verde que te quero rosa", seu terceiro disco-solo, com igual sucesso de crítica. Um dos grandes destaques do álbum foi "Autonomia", com arranjo do maestro Radamés Gnatalli.Desse LP fazem parte o samba-canção "Autonomia", além de "Nós Dois" (composta especialmente para o casamento com Zica, em 1964). Recriou "Escurinha" (samba do mangueirense Geraldo Pereira, falecido prematuramente em conseqüência de uma briga com "Madame Satã"). Estão presentes ainda os sambas "Desfigurado", "Grande Deus", "Que é feito de você" e "Desta vez eu vou" (todos de sua autoria), "Fita meus olhos" (com Osvaldo Vasques) e "A canção que chegou" (com Nuno Veloso.

Últimas homenagens

Em 1978, quase aos 70 anos, se transferiu da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, buscando um pouco mais de tranqüilidade, na tentativa de continuar compondo, mas sempre voltava para visitar os amigos no morro onde crescera e se tornara famoso.
A residência de Cartola e Zica em Mangueira era muito frequentada por músicos e jornalistas, o que levou o casal a procurar um pouco de sossego. Era finalmente a primeira casa própria do artista, o máximo que ele conseguiu com o sucesso obtido no final da vida. Em frente à sua porta, foi inaugurada em seguida uma praça apropriadamente batizada de As Rosas Não Falam.

Naquele mesmo ano, estreou seu segundo show individual: "Acontece", outro sucesso. E em novembro, por ocasião de seu septuagésimo aniversário, recebeu uma grande homenagem na quadra da Mangueira. O sambista, no entanto, já estava doente. Diagnosticado seu mal, câncer na tireóide, foi operado em 1978.

Ainda naquele ano, o sambista gravou com Eliana Pittman o samba "Meu amigo Cartola" (de Roberto Nascimento) e, com Odete Amaral o samba "Tempos Idos" (parceria com Carlos Cachaça). Valdir Azevedo, João Maria de Abreu, Joel Nascimento e Fagner regravaram "As rosas não falam". Elizeth Cardoso regravou "Acontece" e Odete Amaral, "Alvorada". Durante a apresentação no Ópera Cabaré, em São Paulo, no mês de dezembro, o concerto foi gravado ao vivo, por iniciativa de J.C. Botezelli (responsável pelo primeiro disco de Cartola). Esse registro ao vivo só sairia em LP após a morte do compositor.

Em 1979, foi lançado Cartola – 70 anos, seu quarto LP no qual interpretou seus sambas "Feriado na roça", "Fim de estrada", "Enquanto Deus consentir", "Dê-me graças, senhora", "Evite meu amor", "Bem feito" e "Ao amanhecer", além de "O inverno do meu tempo" e "A cor da esperança" (parcerias com Roberto Nascimento), "Ciência e arte" e "Silêncio de um cipreste" (com Carlos Cachaça), "Senões" (com Nuno Veloso) e "Mesma estória" (com Élton Medeiros).

Ainda naquele ano, Nelson Gonçalves e Emílio Santiago regravaram "As rosas não falam". Em fins de 1979, Cartola participou de um programa na Rádio Eldorado, da cidade de São Paulo, no qual contou um pouco de sua vida e cantou músicas que andava fazendo. Essa entrevista foi posteriormente lançada em LP, na década de 1980, com o nome "Cartola - Documento Inédito".Em 1980, a cantora Beth Carvalho regravou "As rosas não falam" e "Consideração" (parceria com Heitor dos Prazeres. Com Nelson Cavaquinho, compôs apenas "Devia ser condenada",
gravada pelo parceiro na década de 1980.
A carreira de Cartola não iria longe. Cartola sabia que sua doença era grave mas manteve segredo sobre ela todo o tempo. Para todos dizia que tinha uma úlcera.

“ Quando for enterrado, quero que Waldemiro toque o bumbo. ”
— Cartola, manifestando a sua família um desejo uma semana antes de sua morte, Almanaque da Folha


Três dias antes de morrer, recebeu de Carlos Drummond de Andrade sua última homenagem em vida.O poeta lhe dedicou uma comovente crônica,
publicada pelo Jornal do Brasil.
Cartola morreria de câncer em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos de idade.
O corpo foi velado na quadra da Estação Primeira de Mangueira, onde por lá passaram as mais diversas presenças do mundo da música; Clara Nunes, Alcione, Emilio Santiago, Chico Buarque, João Nogueira, Dona Ivone Lara, Nelson Sargento, Jamelão, Roberto Ribeiro, Clementina de Jesus, Martinho da Vila, Gal Costa, Simone, Elizeth Cardoso, Paulo Cesar Pinheiro, Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Gonzaguinha, entre muitos outros. Seu corpo foi sepultado no Cemitério do Caju. Atendendo a seu pedido, no dia 1º de dezembro, data de seu funeral, Waldemiro, ritmista da Mangueira, que havia aprendido com ele a encourar seu instrumento, marcou o ritmo para o coro de "As Rosas Não Falam", cantada por uma pequena multidão de sambistas, amigos, políticos e intelectuais, presentes em sua despedida. Em seu caixão a bandeira do time do seu coração, o Fluminense.

Após a morte

Durante os anos seguintes, viriam homenagens póstumas, discos e biografias que o confirmariam como um dos maiores nomes da música popular brasileira.
Em 1981, Artur Oliveira concluiria o samba "Vem", que Cartola deixara inacabado, e seu livro escrito juntamente com Marília Trindade Barboza, a biografia "Cartola, Os Tempos Idos" seria lançado pela Funarte, em 1983. Ainda em 1982, foi lançado um disco póstumo do sambista, "Ao Vivo" – gravação de um espetáculo realizado no final de 1978, em São Paulo. Em 1984, também pela Funarte,
sairia o LP "Cartola, Entre Amigos".

Em 1988, para comemorar o octagésimo aniversário de seu nascimento, a gravadora Som Livre lançou o songbook "Cartola – Bate Outra Vez...", que trazia Caetano Veloso, Gal Costa, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Luiz Melodia, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Nelson Gonçalves, Paulo Ricardo e Cazuza. E a cantora Leny Andrade apareceu com "Cartola – 80 Anos". Marisa Monte viria a incluir em seu repertório o lundu "Ensaboa", composto em 1975 e gravado pelo compositor em seu segundo LP.

A cantora Claudia Telles (filha de Sylvia Telles, um dos ícones da Bossa Nova) lançaria em 1995 um álbum-tributo composições de Cartola e Nelson Cavaquinho. Em 1998, Elton Medeiros e Nelson Sargento gravaram o álbum "Só Cartola". Medeiros também se apresentou com a cantora Márciano espetáculo "Cartola 90 anos", que resultaria em um álbum lançado pelo SESC de São Paulo. Naquele mesmo ano, o grupo Arranco (ex-Arranco de Varsóvia) lançou o álbum "Samba de Cartola".

Em 2001, a RCA relançou em CD o disco "Verde que te quero rosa". Naquele mesmo ano, foi fundado o Centro Cultural Cartola tendo por base a obra do compositor. Em 2002, o cantor Ney Matogrosso lançou o álbum "Cartola", com repertório todo dedicado ao compositor da Mangueira. Em 2003, a neta de Cartola descobriu uma pasta vários letras inéditas que teriam de ser musicadas. Ainda naquele ano, Beth Carvalho lançou o álbum "Beth Carvalho canta Cartola". Em 2004, o espetáculo "Obrigado Cartola", de Sandra Louzada, com direção de Vicente Maiolino, estreou no Centro Cultural Banco do Brasil. O musical contavao a vida do compositor e apresentando sambas clássicos. Naquele mesmo ano, foi lançado pela Editora Moderna
o livro "Cartola", de Monica Ramalho.
Em 2007, foi lançado o filme "Cartola - Música para os Olhos", com direção de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda.
Em 2008, esquecido no ano de seu centenário pela Estação Primeira de Mangueira que ajudou a fundar, foi, no entanto homenageado pela Paraíso do Tuiuti com o enredo "Cartola, teu cenário é uma beleza" que ajudou a escola de São Cristóvão a subir para o grupo de Acesso A. Dentro das comemorações pelo seu centenário, foi lançado pelo selo Biscoito Fino "Viva Cartola - 100 anos", que incluiu gravações lançadas em outros discos e que continha uma única faixa inédita, "Basta de Clamares Inocência" - gravada por Martinália. "Pranto de Poeta" – BMG


Discografia Oficial

1974 - "Cartola"
1976 - "Cartola"
1977 - "Verde Que Te Quero Rosa"
1978 - "Cartola 70 Anos"
1982 - "Cartola - Ao Vivo"
1982 - "Cartola - Documento Inédito"

Canções Clássicas

"Que Infeliz Sorte!" (1931, canção lançada por Francisco Alves)
"Divina Dama" - álbum "História da música popular brasileira" (RCA, 1970)
"Quem Me Vê Sorrindo" com Carlos Cachaça - álbum "Cartola"
"O Sol Nascerá" com Elton Medeiros - álbum "Cartola"
"Alvorada" com Carlos Cachaça e Herminio Bello de Carvalho- álbum "Cartola"
"Tive Sim" - álbum "Cartola"
"O Mundo É Um Moinho" - álbum "Cartola"
"Peito Vazio" com Elton Medeiros - álbum "Cartola"
"As Rosas Não Falam" - álbum "Cartola"
"Cordas de Aço" - álbum "Cartola"
"Autonomia" - álbum "Verde Que Te Quero Rosa"
"Tempos Idos" com Carlos Cachaça - álbum "Verde Que Te Quero Rosa"

Participações

1942 - "Native Brazilian Music" - Leopold Stokowski
1967 - "A Enluarada Elizeth" - Elizeth Cardoso (participação em "Seleção de Sambas da Mangueira")
1968 - "Fala Mangueira!" - Odete Amaral, Cartola, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça
1970 - "História da música popular brasileira" - Cartola e Nelson Cavaquinho
1974 - "História das escolas de samba: Mangueira" - Vários Artistas
1975 - "MPB - 100 ao vivo" - Vários artistas
1980 - "E Vamos À Luta" - Alcione (participa da faixa "Eu Sei", de sua autoria)
1993 - "No Tom da Mangueira" - Tom Jobim e Velha Guarda da Mangueira (incluída sua gravação de "Não quero mais amar a ninguém")

Não-oficiais

1977 - "Cartola" - este disco faz parte da coleção Nova História da Música Popular Brasileira vem acompanhado de fascículo, fotos, ilustração de Elifas Andreatoe as letras das músicas
1980 - "Adeus, mestre Cartola"
1982 - "Cartola - História da MPB"
1999 - "O Sol Nascerá"
2001 - "A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes"

Homenagens e Tributos

1984 - "Cartola, Entre Amigos" - Vários Artistas
1987 - "Cartola – 80 Anos" - Por Leny Andrade
1988 - "Cartola - Bate outra vez..." - Vários Artistas
1995 - "Claudia Telles Interpreta Nelson Cavaquinho e Cartola" - Por Claudia Telles
1998 - "Sambas de Cartola" - Grupo Arranco
1998 - "Só Cartola" - Por Élton Medeiros e Nelson Sargento
1998 - "Cartola – 90 Anos" - Por Élton Medeiros e Márcia
2002 - "Cartola" - Por Ney Matogrosso
2003 - "Beth Carvalho canta Cartola" - Por Beth Carvalho
2008 - "Viva Cartola! 100 Anos" - Vários Artistas

DVDs

2007 - MPB Especial 1974

Filmografia

1958 - "Orfeu Negro" (participação especial)
1963 - "Ganga Zumba"
1968 - "Os Marginais" (participação especial)
2006 - "Cartola - Música para os Olhos" (cine-biografia)

Livros

Cartola: Os Tempos Idos, de Arthur L de Oliveira Filho & Marília Trindade Barbosa da Silva, Rio de Janeiro: Gryphus, 2003.
Cartola: semente de amor sei que sou, desde nascença. Arley Pereira; prefácio de Elton Medeiros. 2ª ed. rev. e ampl. - São Paulo: Edições SESC SP, 2008.