sábado, 12 de março de 2011

"DÉO"


Cantor e compositor nascido em 10.01.1914, Rio de Janeiro RJ, DEO (Ferjalla Rizkalia), filho de comerciante, em 1933 mudou-se com a família para São Paulo SP. Trabalhava no comércio e estudava contabilidade, mas gostava de cantar tangos em festas e serenatas, numa das quais conheceu o maestro Gaó, que o convidou para um teste na Rádio Cruzeiro do Sul.
Passou a atuar num programa de amadores da emissora, sendo anunciado por Celso Guimarães, que lhe deu o nome artístico de Déo.
Em fins de 1934 empregou-se como discotecário na Rádio Record.
Em 1936 já participava como cantor de alguns programas da emissora, gravando no mesmo ano seu primeiro disco, na Columbia: o samba-choro Cantando (João Pacifico)
e o samba-canção Vendedora de flores (Ari Machado).
Mais tarde obteve relativo sucesso com Um Amor que passou (uma das primeiras composições de Adoniran Barbosa, em parceria com Frazâo) e, para o Carnaval de 1938, Falseta negra (adaptação do hino "Fascetta nera").

Em fins do mesmo ano foi contratado pela Odeon e em dezembro gravou a marchinha carnavalesca A Casta Susana (Ari Barroso e Alceu Pires Vermelho) e Viver assim não é vida (Ari Barroso). O disco, lançado em princípios de 1939, obteve grande sucesso, e a marchinha foi uma das mais cantadas no Carnaval daquele ano.
Gravou mais doze discos na Odeon, destacando-se a marcha Veneno (Ari Barroso e Alcir Pires Vermelho), para o Carnaval de 1940, a marcha Princesinha (Malfitano e Frazão) e o samba Ranchinho desfeito (Donga e Davi Nasser), todos do mesmo ano.
Por essa época já era Cantor bem sucedido, sendo inclusive apelidado de "O Ditador de Sucessos" e convidado a se apresentar na rádio carioca.
Ainda em 1940 tornou-se conhecido como compositor, com a gravação da valsa Súplica (com Otávio Gabus Mendes e José Marcilio), lançada com grande sucesso por Orlando Silva em disco da Victor.
Morou em seguida durante dois anos cm São Paulo, e de volta ao Rio de Janeiro passou a integrar o elenco da Rádio Tupi.
Em março recomeçou a gravar na Columbia, lançando, entre outras, A Morena que eu gosto (Marino Pinto e José Batista), O Sorriso do presidente (Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho).
No mesmo ano excursionou ao Nordeste com grande sucesso e gravou Mulher de luxo (Newton Teixeira e Édelir Gameiro), a valsa Eu te agradeço (Mário Lago e Benedito Lacerda), o samba-exaltação Brasil, usina do mundo (João de Barro e Alcir Pires Vermelho), Até parece que eu sou da Bahia (Roberto Martins e José Batista), este um dos maiores êxitos de sua carreira.
Em 1943, entre outros sucessos, lançou os sambas Pra machucar meu coração (Ari Barroso) obteve destaque, e Reconciliação (Marino Pinto e Valdemar Gomes).
No fim do mesmo ano, pela Continental, gravou, entre outras, Luar de Paquetá (Freire Júnior e Hermes Fontes) e Ó Susana (adaptação de João de Barro e Radamés Gnattali), ambas em dueto com Dircinha Batista, para o Carnaval de 1944.
Seu maior sucesso desse ano foi Terra seca (Ari Barroso), gravado nos dois lados de um 78 rpm, tendo lançado ainda, entre outros, o choro Cochichando (de Pixinguinha, com letra de João de Barro e Alberto Ribeiro) e a fantasia Sinfonia do café (Humberto Teixeira).
Em 1945 destacou-se com o samba Eu nasci no morro (Ari Barroso) e, no ano seguinte, obteve êxito no Carnaval com a marcha Ela era boa (Alberto Ribeiro e Roberto Roberti).
Em 1947 seu grande sucesso foi Nervos de aço (Lupicinio Rodrigues), que se transformou num dos maiores destaques de sua carreira.
Por essa época seus sucessos começaram a rarear, embora continuasse gravando muito até 1951, ano em que passou para a Sinter, onde ficou até 1953, período em que obteve êxito com o samba Iaiá da Bahia (Ari Barroso).
Em 1953 transferiu-se para a gravadora Todamérica, lançando poucos discos, e no ano seguinte, pela CBS, alcançou seu ultimo grande sucesso com Piano alemão versão de Júlio Nagib).

Continuou cantando em rádio e gravou LPs, passando a trabalhar como diretor artístico da etiqueta "Rádio" até 1961, cargo que ocupou também no ano seguinte, na marca Estúdio F. Doze dias antes de morrer, regravou para o fascículo da Abril Cultural sobre Haroldo Lobo, da "História da música popular brasileira", os sambas da dupla Haroldo Lobo e Wilson Batista, Alô, paneiro (não é economia) e E o cinqüenta e seis não veio, gravados originalmente por ele mesmo em 1943 e 1944.
Déo feleceu em 23/09/1971.